Montagem Foster-Cooper. A Lewis tem um tambor simples para 47 tiros.
Maneira de substituir em vôo o tambor duplo de 97 tiros de uma Lewis em montagem Foster-Cooper.
A enorme vantagem da montagem Foster-Cooper era a possibilidade de trazê-la para trás sem esforço para trocar o tambor e até atirar nessa posição. Neste exemplar, a metralhadora tem uma espera para um saco coletor de cápsulas vazias. A mira e sua massa foram rotacionados para o lado direito para uso da metralhadora em tiro para cima.
Montagem inglesa para uma Lewis sobre a asa de um Nieuport.
Este SE.5, armado com uma Lewis em montagem Foster-Cooper sobre a asa e uma Vickers semi-imbutida no capô do motor, tinha uma mira telescópica Aldis e outra mira de massa.
Embora as mudanças fossem rápidas e numerosas antes de 1917, o armamento aéreo logo cristalizou na forma final com somente pequenas alterações até o armistício. Em maio de 1916, George Constantinesco, um romeno que trabalhava na Inglaterra com o Major C. C. Colley, iniciou o desenvolvimento de um mecanismo que iria substituir todos os outros tipos e se tornaria o sincronizador padrão inglês até que o armamento do capô fosse abandonado nos anos 30. O sincronizador Constantinesco substituía as ligações mecânicas por um tubo que tinha um êmbolo em cada ponta e era cheio de fluido hidráulico que transmitia a pressão do gatilho.
Sua grande vantagem era que somente o êmbolo necessitava ser desenhado para se adaptar a um determinado motor em particular, enquanto tudo o mais era igual para todos os tipos de avião. Foi pela primeira vez demonstrado em um BE.2c em agosto de 1916 e chegou à frente com os DH.4 e Bristol Fighter em março de 1917. Após corrigirem pequenos defeitos de operação, o mecanismo "C. C." tornou-se um sucesso e foi usado em todos os aviões subseqüentes. Depois da guerra, Fokker disse que esse tipo foi desenvolvido "copiando-se o princípio do sincronizador Fokker".
O holandês, como resultado de seu trabalho pioneiro, tinha o monopólio completo sobre desenhos e produção de sincronizadores na Alemanha, mas ele não dormiu sobre seus lauréis, porque a unidade original tinha um defeito - a ligação mecânica operava todo o tempo em que o motor estivesse funcionando e estava sujeita a um desgaste considerável e necessitava constantemente manutenção para prevenir que a arma saísse de sincronização, como os primeiros equipamentos aliados.
Fokker o redesenhou para acionar a arma a partir do virabrequim, através de um gatilho operado pelo piloto com um eixo flexível ligado à Spandau, eliminando a dificuldade original. Efetivamente, a maioria dos fabricantes de motores padronizaram seus virabrequins, mas ainda era necessário estocar uma variedade de eixos flexíveis (cabos) na frente de combate. Mesmo modernizado, esse mecanismo não se igualava ao sincronizador Constantinesco.
É difícil precisar a data em que o novo desenho de Fokker entrou em uso, mas uma vez Richthofen pediu e obteve uma modificação no gatilho pouco depois de sua introdução, indicando que era um ás bem conhecido nesse tempo. Isso ocorreu durante os primeiros meses de 1917.
Alguma idéia da disponibilidade dos mecanismos de Constantinesco e Fokker pode ser tomada dos dados de suas produções. Dos primeiros havia 6.000 em uso em 1917 e 20.000 em 1918. A produção de Fokker excedia 3.000 por mês quando a produção foi transferida de sua fábrica de aviões para Berlim (provavelmente em 1917) e os alemães tinham menos aviões a equipar do que os aliados.
Os primeiros escoltadores aliados com duas amas
O primeiro monoplace aliado a usar o sincronizador Constantinesco foi o Sopwith Camel, que operou pela primeira vez na linha de frente em julho de 1917 e estava destinado a abater mais aviões alemães que qualquer outro tipo isoladamente durante a guerra. O Camel, o mais antigo escoltador aliado equipado com duas armas, tornou-se nas mãos dos ingleses uma arma que se comparava ao Albatros D.I de 10 meses atrás. Os ingleses agora levavam vantagem. Os franceses dependiam do armamento inglês e estavam em relativa inferioridade. Seu primeiro escoltador com duas armas Vickers, o SPAD S.XIII, entrou em ação um mês depois.
Sopwith Camel com duas Vickers calibre .303 no capô.
SPAD S.XIII com duas Vickers no capô.
A vantagem do uso de duas armas nos observadores
O desenvolvimento das montagem para armas flexíveis deu apenas mais um passo durante toda a guerra. Em princípios de 1916, um pequeno número de Vickers Gunbus foi equipado pelo 11o Esquadrão do RFC com uma montagem circular com duas armas Lewis como modificação de campo. Mas somente na última parte da guerra é que uma montagem Scarff padrão se tornou disponível. A principal desvantagem desta era a perturbação de uma arma quando a outra disparava, causada pela trepidação que balançava a montagem. Tais falhas eram comuns nessa época.
Assim, durante o último ano da guerra o armamento dos escoltadores monoplaces e dos observadores biplaces foi padronizado e nenhum dos adversário fez inovações importantes. Todavia, embora tenhamos descrito os desenvolvimentos mais importantes, há um número de complementos que se faz necessário examinar para completar o quadro.
Biplace francês com metralhadoras Lewis em montagem dupla. Note os resfriadores aletados.
Montagem Scarff para duas Lewis.
Em 1917 os alemães colocaram em serviço os primeiros verdadeiros aviões de assalto, tipo que os aliados nunca construíram em quantidade. O ataque a concentrações de tropas e trincheiras começou em 1916, mas não foi largamente usado por nenhum dos contendores até o ano seguinte. O AEG J.I e o Junkers J.l de 1917 carregavam uma instalação de armas típica do modelo e eram ambos pesadamente blindados. Uma vez que sua maneabilidade não era grande devido às chapas de 5 mm de blindagem, foram desenhados para voar baixo e tinham duas Parabellum fixas operadas pelo observador e que atiravam para frente e para baixo num ângulo de 45 graus. Nenhuma carenagem nas armas era usada, mas a cabine traseira tinha a usual montagem circular defensiva com uma Parabellum. Um pequeno número de instalações experimentais de 4 a 6 armas foi ensaiada, mas poucas ou nenhuma entrou em serviço.
O Junkers J.1 era de construção inteiramente metálica e tinha uma blindagem de chapas de 5 mm na fuselagem.
O Sopwith Salamander era um aparelho derivado do Snipe, mas tinha a fuselagem mais quadrada para facilitar a instalação de pesada blindagem para ataque a tropas no solo.
Biplace Brandenburg C.I austríaco com três metralhadoras Schwarlose M16 em montagem fixa para baixo, para ataque ao solo.
Algumas nações despenderam grandes esforços no desenvolvimento de armas aéreas de calibre 20 mm ou maior, conhecidos depois como canhões. Aviões equipados com essas armas nunca foram disponibilizados em grande número durante a guerra e muitas das armas desenvolvidas tiveram uso apenas experimental. Os franceses desenvolveram uma versão armada especial de seu Voisin de 1915, que marcou o primeiro uso de um canhão na guerra aérea mas somente foi produzido em pequena quantidade. Esse impulsor, o "Avion Cannon", era diferente porque possuía estrutura metálica - provavelmente a razão para a sua escolha. Os franceses adaptaram uma pesada montagem no extremo dianteiro da cabine para que o canhão Hotchkiss M1902 "Tube Canon" que usava munição 37x201R de 37 milímetros, pudesse pivotar somente na vertical e apontar em declive para baixo, embora não fosse concebido apenas para o ataque ao solo.
Foi usado para atacar alvos terrestres concentrados, tais como: trens, depósitos e arsenais, na época em que a artilharia antiaérea estava em sua infância e tais vôos rasantes podiam ser executados com sucesso. Contrariando as afirmativas de alguns autores, nenhum desses canhões usados na 1a guerra mundial eram automáticos, isto é, cada granada tinha que ser colocada na culatra pelo operador cada vez que a arma fosse disparada. Contra alvos terrestres isso não era uma limitação muito grande, mas contra aviões, era quase proibitiva. Outra experiência francesa foi com o Breguet 5, portando o canhão naval de cano curto Hotchkiss M1885 de 37mm, re-calibrado para o cartucho de baixa velocidade 37X94R, depois modificado com um cano liso para atirar projétil tipo schrapnell.
Voisin Tipo 4 "Avion Cannon".
Escoltador Breguet 5 com canhão de cano curto Hotchkiss de 37 mm. Note o gerador de eletricidade, usado para alimentar um holofote em vôos noturnos.
Duas fotos de um bote-voador Tellier armado com um canhão de 47 mm.
Os ingleses fizeram muitas experiências com canhões de vários tipos antes do começo da guerra. A RNAS desenvolveu versões do Shorts S.81 e do Sopwith (No 127), equipadas com canhões semi-automáticos Vickers Mark B de 1 1/2 Pr (37 mm) que foram testados pelo Almirantado com razoável sucesso, atirando contra alvos flutuantes em maio de 1914, a despeito que o efeito do recuo nas características de vôo das aeronaves fosse considerável. Em abril de 1917,o 100o Esquadrão do RFC recebeu dois FE.2b armados com canhão Vickers Crayford de 1.59 polegada, que fizeram dois raides noturnos contra as instalações inimigas em Douai, França (o esquadrão de Richthofen estava baseado lá na época).
FE.2b inglês, armado com o canhão Vickers com um pente de 40 projéteis. Era voado solo e tinha a parte dianteira modificada.
Canhão Davis na proa de um bote-voador Felixstowe. A metralhadora Lewis servia para fazer a pontaria. Esta versão do canhão tinha um tubo separado para a retrocarga.
Esta versão do canhão Davis tinha apenas um tubo, aberto na culatra para a retrocarga. A metralhadora Lewis acoplada servia para fazer a pontaria. Bote-voador Felixstowe.
Avião DeHavilland D.H.4 com um COW Gun fixo para cima.
O canhão inglês COW gun.
Canhão alemão Becker de 20 mm.
Canhão Becker de 20mm montado na proa de um Gotha IV.
AEG G IVk com canhão Becker de 20 mm em instalação especial no nariz. Outras aeronaves foram testadas com essa arma mas nenhuma passou do estágio experimental.
Um canhão Becker à esquerda e uma Parabellum à direita, na proa de um Gotha.
Um canhão Becker na proa e uma Parabellum na nacele central de um Gotha G.I.
Os italianos usaram o canhão francês M1885 e também desenvolveram o Vickers-Temi para usar o cartucho 37X201R e o canhão automático Revelli-FIAT de 25 mm. Este foi instalado em uma montagem flexível no nariz de um bote-voador Macchi L, em uma dezena de Savoia Pomilio S.P. 2 e em outra dezena de bombardeiros Caproni, principalmente os da versão Ca. 3, Ca. 4 e Ca. 5.
Canhão automático Revelli-FIAT de 25 mm em uma montagem flexível no nariz de um bote-voador Macchi L. Note as metralhadoras Villar-Perosa em montagem dupla.
Canhão Obukhov de 37 mm, instalado na proa de um bote-voador Grigorovich M.9, operando do porta-aviões "Orlitsa" no mar Báltico.
Biplace Albatros B.II austríaco com um canhão de 35 mm em anel rotativo na nacele traseira.
Certamente o uso mais interessante do canhão foi no SPAD S.XIICa1, o único escoltador assim equipado para combate durante a guerra. A biografia de Guynemer o credita com o fornecimento de idéias para esse escoltador e se refere a ele como o "avião magnífico". O SPAD S.XII tinha um canhão Puteaux de 37 mm abrigado no motor Hispano-Suiza em "V", atirando através do eixo de hélice oco (não através de um virabrequim oco).
O primeiro aparelho do pequeno lote produzido foi entregue a Guynemer em 5 de julho de 1917 e com essa máquina ele abateu suas vítimas de número 49 até 52. Tinha diversos defeitos sérios - com o canhão atirando apenas uma bala por vez, somente podia ser confiado a ases como Guynemer, Nunguesser e Fonch e a fumaça era o castigo do piloto. Nem os ingleses nem os alemães enviaram um escoltador
comparável à frente, mas os franceses não fizeram nenhum desenvolvimento adicional.
http://www.spmodelismo.com.br/howto/am/armas3.php
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