sexta-feira, 27 de julho de 2012

A história das Armas Aeronáuticas (Parte I)



Quando a guerra foi declarada em agosto de 1914, não havia a idéia de aviões de combate, de escolta, de caça ou de ataque ao solo e nenhuma nação possuía qualquer avião que fosse equipado com metralhadora como equipamento padrão. A despeito disso, antes do começo das hostilidades uma quantidade considerável de trabalhos experimentais era executada na maioria dos países beligerantes para desenvolver um avião armado, embora sua aplicação na guerra fosse relativamente desconhecida. A maioria desses esforços iniciais se concentrava no uso de metralhadoras em montagem flexível para ser manipulada pelos observadores dos biplaces. A idéia de uma arma sincronizada ocorreu somente a uns poucos pioneiros, mas antes que tal sistema aparecesse, a guerra no ar iniciou com armas leves como pistolas, fuzis e até granadas manejados quase sempre pelo observador dos aviões biplaces, embora sem obter quase ou nenhum sucesso até fins de 1915, quando as metralhadoras começaram a ser usadas.

Observador empunhando um fuzil suíço Karabiner 11 de infantaria em um monoplano Bleriot.

Desenho da época, mostrando o observador sobre a asa de um Voisin, empunhando um fuzil para se defender de um avião inimigo.
Antes de 1911 uma metralhadora foi montada num aparelho do tipo impulsor por Albert Euler na Alemanha, embora não se sabe como ele disparava a arma. Em setembro de 1912 um avião "Taube" do tipo trator foi adaptado com uma metralhadora. Ao mesmo tempo, testes semelhantes foram feitos na Inglaterra e França, embora pouca coisa se aproveitasse.
Típico do valor desses pequenos avanços iniciais foi a experiência do Corpo de Sinaleiros dos Estados Unidos em junho de 1912, quando o Tenente Milling pilotou um biplano Wright enquanto o Capitão Chandler atirava contra pedaços de pano espalhados no chão com uma metralhadora Lewis montada no aparelho entre suas pernas. Nada mais foi feito depois que o War Department insistiu no uso da metralhadora Benet-Mercier do Exército, que se mostrou impraticável para uso em aviões.

O Tenente Milling pilotando um biplano Wright enquanto o Capitão Chandler atira com uma Lewis em posição fixa.

Metralhadora de infantaria Benet-Mercier.
A partir de 1913, programas mais sistemáticos foram estabelecidos pela maioria das potências beligerantes. O 3o Esquadrão do Royal Flying Corps na Inglaterra foi designado para selecionar uma arma apropriada para uso nos aviões e a escolha recaiu sobre a Lewis .303 americana, esfriada a ar, de peso médio, dentre uma grande quantidade de outras amas experimentadas. Era uma arma segura e tinha a vantagem de que todo o suprimento de munição (47 cartuchos) era carregado num pente em seu dorso, tornando-a extremamente flexível. A maior parte dessas experiências foi feita com aviões Henri Farman impulsores. As aeronaves impulsoras tinham a vantagem de oferecer um campo livre da hélice para a frente, permitindo o disparo da arma na direção de deslocamento da aeronave.

Uma experiência inglesa com um Farman impulsor.
Em julho de 1913, um oficial de armamentos inglês, o Lieutenant Clark Hall foi designado para a Navy Wing (que em 1914 tornou-se o RNAS - Royal Naval Air Service) e as experiências continuaram independentemente do RFC (Royal Flying Corps). Em princípios de 1914 a metralhadora Vickers .303 foi disparada de um avião contra alvos no chão com algum sucesso, provavelmente marcando o primeiro uso de uma metralhadora a ser usada largamente pelos aliados como sua principal arma sincronizada.

Metralhadora Lewis sem jaqueta d água.

Carregador duplo da Lewis para 97 cartuchos.
O mesmo oficial acreditava que o principal uso de metralhadoras no ar seria contra aviões inimigos e não contra alvos no chão, ao contrário do pensamento da maioria dos militares da época. Foi esse pensamento visionário do RNAS que o colocou acima do RFC em eficiência de combate durante os primeiros anos da guerra.
Essa investigação foi virtualmente feita ao mesmo tempo na França, onde os aviões Henri e Maurice Farman eram usados em pequeno número, carregando na maioria das vezes a metralhadora Hotchkiss. Essa era uma arma mais pesada que a Lewis e do mesmo calibre, mas não correspondeu ao uso em aviões por ter um pente de munição menor, sendo logo afastada em favor da Lewis e da Vickers. Todas as armas desse período eram modelos da infantaria, refrigeradas a ar ou a água mas com a pesada jaqueta de refrigeração removida, desde que não era necessária para emprego aéreo onde seu uso seria intermitente.

Metralhadora francesa de infantaria Hotchkiss, sem a jaqueta d água.

Metralhadora inglesa Vickers-Berthier sem a jaqueta d água.

Treinamento de tiro para tripulante de avião.

Farman impulsor com metralhadora com jaqueta de água.
A Alemanha usou poucos aviões impulsores antes do começo da guerra e virtualmente nenhum depois que esta se iniciou. Como resultado não tinham aviões adequados em número suficiente para experiências, porque os modelos tratores eram menos convenientes. O princípio do trabalho na Alemanha é de difícil documentação, mas as únicas metralhadoras existentes eram modelos da infantaria ainda mais pesadas que a Hotchkiss, o que empobrecia a pequena carga líquida das aeronaves de então.
As montagens flexíveis de antes da guerra eram extremamente toscas, consistindo a maioria de uma guarnição rotativa que permitia que a arma fosse movida livremente, mas tinha a desvantagem de que era quase impossível apontar para o lado. Esse tipo de montagem, com alguns refinamentos para superar seus defeitos, continuou em uso ate ser substituída pelas montagens circulares de 1915. Como já foi mencionado, o tema principal desses trabalhos era o uso de uma arma contra alvos no chão, assim, poucas montagens fixas foram desenvolvidas. É surpreendente considerar que uma vez começada a guerra, a tática de assalto ao solo não teve importância até 1917, quando então táticas específicas foram desenvolvidas e aumentado o número de aviões de ataque em vôo a baixa altura.
Agosto de 1914 - As primeiras metralhadoras
A despeito das experiências anteriores, nem a França, nem o RFC, nem a Alemanha tinham aviões amados em uso regular quando a guerra começou. O RNAS tinha dois. De fato, o uso militar de aviões era tão pouco desenvolvido que freqüentemente o relatório dos observadores era completamente ignorado. Os problemas de armar um avião foram consideráveis, pois as três potências possuíam uma diversificada coleção de tipos sem nenhuma uniformização. Um historiador credita a arma aérea francesa com somente duas metralhadoras e o RFC e o RNAS com um total de três. A Alemanha tinha talvez um número igual. A história oficial inglesa é contraditória na exatidão da data em que o primeiro avião amado inglês chegou à França, dizendo que alguns Maurice Farman foram levados pelo 4o Esquadrão em setembro de 1914, depois descreve a tentativa de intercepção de um avião de observação Albatros por uma avião amado inglês pilotado pelo Tenente Strange em agosto de 1914.

Monoplano Deperdussin francês com metralhadora em montagem sobre a hélice.

SPAD A2 francês com metralhadora Hotchkiss em uma gôndola dobrável na frente da hélice.

Aviatik C.I com uma Parabellum fixa obliquamente para a frente para evitar o arco da hélice.

Uma Lewis com jaqueta, fixada para atirar obliquamente e permitir acesso ao carregador.

Montagem para atirar por sobre o ombro em um Martinsyde Elephant em 1917. A mira telescópica Aldis, na frente do piloto, servia para apontar outra metralhadora em montagem Foster sobre a asas.

Exemplos de posições para tiro num FE.2b inglês com duas montagens.

Montagem telescópica Anderson com uma Lewis em um FE.2b. O artilheiro está na cabine dianteira e fica de pé para atirar para trás, por sobre a asa.
É provável que os Maurice Farman tenham sido os primeiros aviões armados oficialmente e que o Henri Farman do Tenente Strange fosse uma das muitas adaptações para satisfazer a iniciativa de alguns pilotos. Desafortunadamente, ambos os tipos eram de tão baixa performance que o peso da arma afetava sua velocidade ascensional e baixava o teto de serviço para níveis desprezíveis. A tentativa de intercepção acima foi divertidamente descrita pelo Major McCudden, que escreveu: "cerca de meia hora depois que o alemão havia se afastado, um Henri Farman com uma metralhadora ainda estava subindo bravamente sobre o aeródromo a cerca de 1.000 pés, numa tentativa enérgica para agarrar o boche". A falha desses antigos aviões amados resultou numa ordem de remover as metralhadoras dos aviões, embora não fosse taxativa. Em 4 de setembro de 1914, disse o General Henderson: "Não há no RFC aviões realmente adequados para carregar metralhadoras".
Típica dessas vitórias foi aquela descrita na história oficial inglesa, na qual valia mais a sorte do que coragem dos participantes. Era comum para ambos os lados atirar até esgotar a munição sem atingir um ponto decisivo. Mais significante era a coincidência de encontrar um avião inimigo e a dificuldade que tinham de manobrar as toscas máquinas até o alcance do rifle. As metralhadoras continuaram a ser usadas em alguns aviões impulsores franceses, (e ingleses - visto que estes voavam na maioria aviões de desenho francês nessa época). Os alemães, sem aviões armados, iniciaram um projeto de adaptar seus aviões de observação da classe "B" (desarmados) de 1914, com rifles Mauser. Se os alemães tivessem um maior número de aviões impulsores, possivelmente fariam maior uso de armas automáticas durante o começo de 1915. A falta de efetividade dos poucos aviões armados pode ser calculada pelas poucas vitórias que obtiveram.
O primeiro combate aéreo vitorioso ocorreu quando um avião inglês forçou um alemão a aterrar em agosto de 1914, menos de um mês depois do inicio da guerra. Os franceses não alcançaram uma vitória até outubro, enquanto os menos agressivos alemães finalmente abateram um aparelho aliado no começo de 1915.
Garros testa seu defletor
Em fevereiro de 1915, enquanto os aviadores que tinham a sorte de encontrar um inimigo, contra o qual atiravam com revólveres e até com granadas, um aviador francês instalou um engenho simples em seu monoplano Morane Saulnier N que estava destinado a mudar todo o aspecto da guerra no ar. Roland Garros, um piloto famoso desde antes da guerra, examinou o invento que Raymond Saulnier desenvolvia e aproveitou somente um pequeno painel triangular de aço adaptado em cada uma das pás da hélice para protegê-las dos impactos estilhaçantes das uma-em-cada-doze-balas que a atingiam, na esperança de que as balas que aí ricocheteassem não atingissem nenhuma parte vital do seu próprio avião, descartando o mecanismo de sincronização que fazia parte do invento, restando somente uma metralhadora Hotchkiss montada no capô para atirar diretamente para frente através da hélice sem mecanismos interruptores de qualquer espécie.

O sincronizador de Raymond Saulnier foi patenteado em 14.04.1914, mas não satisfez a Garros. No desenho acima não aparecem os defletores nas pás das hélices.

O Morane Saulnier L de Garros com uma Hotchkiss e defletores nas pás das hélices.

Um Morane Saulnier Tipo N de Eugène Gilbert, armado com uma metralhadora Hotchkiss e com os defletores nas pás das hélices.

Morane Saulnier N inglês com defletores nas pás da hélice, as únicas peças do invento de Saulnier aproveitadas por Garros.
Apesar de tão primitivo, Garros abateu sua primeira vítima em 1o de abril de 1915 e mais 3 até 18 de abril, quando um defeito no motor o obrigou a pousar em território alemão. É muito provável que outros franceses houvessem aproveitado seu invento antes dessa data, porque os alemães estavam certos de que os franceses tinham armado seus aviões escoteiros, de maneira que pudessem atirar para frente através da hélice e estavam inclinados a acreditar que todos os monoplanos aliados estivessem dotados de tal aparelho. Os ingleses experimentaram o desenho até o ponto de adaptá-lo em alguns monoplanos, embora não existam dados de que ele tenha alguma vez sido usado em combate.
Fokker desenvolve seu sincronizador
O avião avariado de Garros foi imediatamente enviado para Berlim, onde o Estado Maior Alemão convidou um ainda desconhecido mas muito engenhoso jovem construtor chamado Anthony Fokker para fazer uma cópia do mecanismo. A escolha foi singular e parece ter sido baseada no fato de que o monoplano Fokker, então em uso na frente de combate, lembrasse superficialmente o Morane de Garros.
Fokker recebeu uma metralhadora Parabellum e a ordem de voltar quando tivesse um mecanismo operacional. A Parabellum era uma nova metralhadora da infantaria, leve e refrigerada a ar; que se tornou disponível em janeiro de 1915 e era o primeiro modelo alemão finalmente adequado para o uso em aviões. A falta de uma arma comparável à Lewis, Vickers, ou até a Hotchkiss durante 1915 foi responsável pela escassez de aparelhos alemães armados e pelas poucas vitórias que obtiveram.
Fokker, um inventor imaginoso, reconheceu que os defletores eram muito primitivos para perder tempo com eles e os abandonou imediatamente. Nada conhecendo sobre o funcionamento de uma metralhadora, desmontou completamente a Parabellum e a estudou até saber exatamente como funcionava. Então desenhou uma articulação acionada pela hélice para disparar a arma. Um excêntrico no eixo da hélice movia uma alavanca com ação de joelho que operava uma barra que percutia o gatilho. Para controlá-lo, a barra tinha uma seção articulada que o piloto dobrava para deixar de acionar o gatilho e parar de atirar. Assim podia por em funcionamento a arma ou não.
O mecanismo era um verdadeiro sincronizador (não um interruptor como é dito algumas vezes); isto é, a arma era acionada pelo motor cada vez que as pás não estivessem na frente de seu cano. No tipo interruptor, a ama é operada pelo piloto e simplesmente não atira durante a fração de segundo em que a hélice está na frente, daí: interruptor.
O interruptor tem a vantagem que a quantidade de tiros disparada é usualmente maior usando a mesma arma, mas tem a desvantagem de que em alguma falha, a hélice é estraçalhada no momento em que o piloto atira. Isso também ocorria ocasionalmente com o sincronizador. Alguns interruptores entraram em serviço, mas todos os usados por mais tempo foram os sincronizadores.
Fokker armou um pequeno monoplano que tinha na fábrica com a sua invenção e rebocou-o com um automóvel por 220 milhas até Berlim somente três dias depois que viu o avião de Garros. Seguiu-se um número de demonstrações diante dos incrédulos generais, que esperavam que Fokker demorasse mais tempo. O holandês por fim os convenceu que seu sincronizador podia funcionar.
Alguns Fokker E.I Eindeckers foram modificados para aceitar a Parabellum. Os dois primeiros chegaram à frente em junho de 1915. O Tenente Boelcke fez a primeira vítima usando a máquina original, enquanto pouco depois estava outro ás - Max Immelmann, no terceiro avião. Depois de poucos Fokker E.l entregues, a produção continuou com o E-II, que reteve a arma única, mas tinha um motor rotativo Oberursel de 100 hp em lugar do normal de 80 hp. Durante julho de 1915 somente 11 estavam em uso em toda a frente ocidental.
Surpreendentemente, o Estado Maior Geral Alemão não reconheceu o valor da arma que Fokker colocou em suas mãos e falhou em não encomendar mais máquinas em grande número e em não usá-las em grupos, onde sua força teria esmagado os aliados.

O sincronizador de Fokker.

O primeiro avião armado por Fokker foi este A.III, com uma Parabellum LMG 14. O piloto de testes foi o Leutnant Parschau.

Monoplano Fokker E.II da marinha alemã com metralhadora e sincronizador.

Outra foto de um Eindecker E.I com metralhadora e sincronizador. Parte do capô do motor está aberto para mostrar que a metralhadora é alimentada por uma cinta de balas.

Detalhe de um Pfalz E.IV com uma Spandau sincronizada.
Patentes de sincronizadores alemães de antes da guerra
A fama do Fokker E.II cresceu numa forma extraordinária e fora de todas as proporções no lado aliado que viam a morte em cada monoplano inimigo, copiando a atitude alemã de alguns meses atrás. A partir dessa publicidade inicial veio a lenda de que Fokker foi o inventor do sincronizador. Não pode ser negado que ele concebeu, desenhou e construiu e depois testou um no curto período de 3 dias e que este chegou à frente de combate um ano antes dos equivalentes franceses e ingleses - mas que foi o primeiro a inventar o mecanismo pode ser facilmente refutado. Os historiadores tem ou lhe dado todo o crédito ou descrito as antigas experiências inglesas para negar-lhe a primazia, ignorando as patentes alemãs de antes da guerra ou contemporâneas a ela. Provavelmente a primeira pessoa que pensou no sério problema de atirar para frente a partir de um avião trator foi o engenheiro eletricista Franz Schneider, que em 1911 estava trabalhando com a idéia de atirar com um rifle através do eixo da hélice oco do motor rotativo Gnome. Durante dois anos ele concebeu diversas variações do original e finalmente produziu um desenho eficiente muito semelhante ao sistema de Fokker. Schneider recebeu a "Reichspatent" número 276.396 em 15 de julho de 1913, pelo que dizia ser o primeiro sincronizador de armas para aviões.

A patente de Fokker foi contestada pelo suíço Franz Schneider que havia patenteado um invento similar em 1913. O invento de Schneider baseava-se no bloqueamento da metralhadora quando uma pá da hélice estivesse na frente do cano da arma. Com a hélice girando a 1.200 rpm, a metralhadora era bloqueada 2.400 vezes por minuto. A arma, por outro lado, com sua capacidade de apenas 600 tiros por minuto, ficava incapacitada de dar um único tiro. O mecanismo de Fokker era acionado pelo motor através de uma haste, que disparava a metralhadora no momento em que não houvesse uma pá de hélice na frente do cano. Era a diferença entre o interruptor e o sincronizador.
Infelizmente para a Alemanha, o Estado Maior Geral achava que os civis não podiam experimentar dispositivos militares e aparentemente se recusou a dar uma metralhadora a Schneider para que ele desenvolvesse sua idéia. Schneider depois processou Fokker mas nunca conseguiu qualquer reparação. Pode ser contestado que o holandês não estava ciente do trabalho de Schneider no momento em que desenhou seu mecanismo e é por isso que ele mereceu todo o crédito.
Suportes alemães para armas flexíveis em 1915
Mas para retornar à guerra aérea como ela existiu no verão de 1915, a Alemanha tinha no Fokker E.I o primeiro avião trator armado com metralhadora sincronizada para atirar para a frente, mas em tão pequeno número que seu efeito foi insignificante. O primeiro esforço nesse tempo foi o de armar seus aviões com rifles Mauser já que não tinham metralhadoras em quantidade suficiente.
Em maio de 1915 começaram as primeiras entregas dos novos aviões da classe "C". Eram biplanos tratores biplaces, no qual o observador estava armado com uma Parabellum na primeira montagem rotativa, desenhada pelo mesmo Schneider. Mais uma vez esse desenvolvimento que tremendamente aumentou a eficiência das amas apareceu cerca de um ano antes da montagem aliada semelhante - o anel "Scarff". Tão rapidamente a produção o permitiu, os aviões alemães desarmados da classe "B" foram relegados a tarefas de treinamento.

Biplace alemão com uma metralhadora Parabellum em montagem rotativa.
Em duas tentativas para anular a superioridade aliada, o único tipo de monomotor impulsor que os alemães usaram durante a guerra foi equipado com metralhadoras e denominado classe "C". Também foi introduzida a nova classe de bimotores amados da classe "K" (Kampflugzeug). O Ago C-l, um avião de reconhecimento impulsor com duas estruturas da fuselagem até o leme, com o motor atrás da fuselagem entre as duas estruturas, e seus sucessores, foram usados em pequeno número até 1916. Os projetos bimotores, como o AEG K-I, foram originalmente construídos para bombardear a Inglaterra mas não tinham o raio de ação suficiente. Foram usados em 1915 como aviões de combate amados quando adaptados com uma metralhadora no nariz. Essa série depois foi re-designada bombardeiros da classe "G" (Grossflugzeug).
Em setembro, um desconhecido chamado Manfred Von Richthofen era observador num bimotor "K" baseado em Ostend na Bélgica, quando teve seu primeiro combate. Seu avião estava armado com um rifle e atacou sem resultado um Farman inglês com armamento semelhante.
Mais tarde nesse mesmo mês ele voou em outro "K" que tinha um suporte em cada lado da cabine para a única metralhadora flexível. Ele e seu piloto encontraram um Farman francês e o obrigaram a aterrar. Richthofen nunca foi creditado por essa vitória. Assim vemos que até fins de 1915 o amamento dos aviões de combate alemães não estava padronizado.
Suportes de armas ingleses em 1915
No lado aliado os aperfeiçoamentos demoravam a ser utilizados e essas demoras permitiram a ocorrência do "Flagelo dos Fokker" na primavera de 1916. Quando o Fokker E.II apareceu, os franceses e ingleses não possuíam um avião equivalente mas, por sorte, tinham diversos desenhos em desenvolvimento que poderiam ser adaptados para dar combate aos alemães. O único avião inglês desenhado desde o começo para receber uma metralhadora foi o Vickers FB-5 "Gunbus", que foi encomendado em 1914 e começou a chegar à França em fevereiro de 1915.
Inicialmente o "Gunbus" foi atormentado por falhas no motor, que depois de resolvidas, tornou-o um dos poucos aparelhos aliados que podiam enfrentar o Fokker E.II. Contudo, como nunca foi disponível em grande número seu efeito foi pequeno. O "Gunbus" geralmente carregava a arma inglesa padrão do período - uma Lewis montada num anel móvel na proa com 4 pentes de 47 balas cada um.

Vickers FB-5 "Gunbus".

Farman com metralhadora na proa.

Sopwith Gunbus com uma Lewis com jaqueta na proa.

Farman 30 russo, com uma montagem Duks para uma Lewis sem jaqueta e com resfriador aletado alongado. A montagem foi desenhada para privilegiar tiro ao solo.

Avião impulsor inglês FE.2d com três metralhadoras. Uma fixa para o piloto e duas móveis para o observador.

Posição do observador para se defender de ataque pelo quadrante traseiro. 
http://www.spmodelismo.com.br/howto/am/armas1.php

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