quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Base Aérea de Natal - Parnamirim Field



 
Em 2 de março de 1942, é criada a Base Aérea de Natal (BANT), através do Decreto Lei nº 4.142 assinado pelo ministro da aeronáutica, Salgado Filho, durante o governo de Getúlio Vargas. Para a população, simplesmente a “Base”.

A construção foi financiada pelo governo dos Estados Unidos da América, e fez parte do engajamento do Brasil no esforço de guerra dos Aliados contra o Eixo, no maior conflito armado que a humanidade já viu conhecida como Segunda Grande Guerra. Em uma área com mais de 9 milhões de metros quadrados, foram construídas novas pistas asfaltadas onde poderiam operar aviões bombardeiros de porte médio, além de pistas secundárias de rolagem, áreas de estacionamento e hangares, assim como todo o equipamento necessário no auxilio a navegação aérea, comunicação e operações.

Parnamirim Field possuía instalações onde poderiam alojar-se 1.800 oficiais e mais de 2.700 praças, necessários ao andamento das operações. Era a parte leste da Base, ocupada pelos americanos, enquanto a oeste ficava a cargo da FAB. A partir daí, o “Trampolim da vitória” estava montado. Uma verdadeira ponte aérea foi criada entre a Base e a África, abastecendo as tropas que lá lutavam contra o nazi-facismo.


Uma nova estrada foi aberta e pavimentada, em apenas seis semanas, ligando o porto de Natal a Base, para agilizar o transporte de cargas. A conta de todo o projeto foi paga pelo governo dos Estados Unidos. Seis mil trabalhadores se revezaram dia e noite, a um custo 9,5 milhões de dólares, para concluir os trabalhos.


Mas antes mesmo da formalização do acordo entre Brasil e Estados Unidos, e da declaração de guerra do governo brasileiro ao eixo (Alemanha, Itália e Japão), em junho de 1941 alguns bombardeiros da US Air Force disfarçados de cargueiros já passaram pela Base, com destino a África.

No auge de sua ocupação e funcionamento, teve pousos e decolagens a cada minuto, e aproximadamente 15 mil pessoas transitando, entre civis e militares, além de possuir estrutura completa de uma cidade com bares, teatro, cinema, mercado e igrejas. Essa movimentação toda, e a nova cultura que trazem esses norte-americanos com sua música, língua, festas, alimentos e dólares vai transformar em demasia o cotidiano da até então, pacata capital.


Ainda hoje há, na Base, prédios construídos pelos norte-americanos na segunda guerra mundial em perfeito estado de conservação, contrastando com a modernidade dos atuais caças que ocupam os também modernos hangares.
 
fontes:http://1000tao.blogspot.com.br/2012/03/base-aerea-de-natal-parnamirim-field.html

 

 

 
 
 
 
 
 
Ainda hoje há, na Base, prédios construídos pelos norte-americanos na segunda guerra mundial em perfeito estado de conservação, contrastando com a modernidade dos atuais caças que ocupam os também modernos hangares.
fontes:http://1000tao.blogspot.com.br/2012/03/base-aerea-de-natal-parnamirim-field.html


 

 

Pin-Up! Divas de Papel



Primeiras imagens surgiram em 1890
As primeiras artes de mulheres famosas desenhadas em poses insinuantes surgiram em 1890 e já causavam grande choque na época, mas o termo Pin Up surgiria apenas em 1941, na Inglaterra, com a Segunda Guerra Mundial.
 


O Significado

A tradução livre para Pin Up é “pendurado”. Sim, divas de papel que ficavam penduradas para apreciação dos homens em diversos locais, como oficinas mecânicas, armários, paredes, murais de fotos, painéis de carro, geladeiras, etc.
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Musas dos soldados durante a guerra

Sucesso durante a Segunda Grande Guerra

As pin-ups se destacaram mesmo durante a Segunda Guerra Mundial através da revista americana Esquire. A revista era distribuída para os soldados americanos durante a guerra e grande parte do conteúdo era reservada às musas pin-ups, elevando-as à patente de “Deusas da Guerra”. Daí surgiriam piu-ups usando uniformes da marinha, exército e com bandeiras estreladas.
As pin-ups viraram febre na guerra. Elas estavam em todos os lugares, nos maços de cigarro, nos bolsos, armários e tatuagens dos soldados e alcançaram o ponto mais alto quando ganharam destaque nas fuselagens dos aviões de guerra.
 

A moda em Natal na Segunda Guerra

 
Um panorama de como era a moda em Natal durante a Segunda Guerra quando a capital potiguar foi invadida por quase 20 mil americanos. O texto abaixo foi originalmente publicado na revista Glam. As fotos que ilustram o artigo são do arquivo de Minervino Wanderley. Segue na íntegra:
Natal, rua Ulisses caldas, um dia qualquer do ano de 1943. Um grupo de soldados americanos visitam uma loja à procura de um item raro e valiosíssimo no período. Eles não são os primeiros. A fama da loja atravessou o oceano e, antes mesmo de chegarem a Natal, eles já sabem que precisarão visitar o lugar.
A loja é a Casa Rio – que anos depois deu origem às lojas Rio Center, que existem até hoje na cidade. Os jovens americanos, como sempre, vestem seus uniformes cáqui e chamam atenção por onde passam. O que eles procuram de tão valioso? Meia-calça de seda!
Um par delas vale a felicidade de uma noiva, uma irmã, uma mãe, e a gratidão eterna dessas figuras femininas quando ele voltar para casa.
A cena repetiu-se durante todos os anos em que os americanos estiveram por aqui.
Quem conta é dona Guiomar Araújo, viúva de Alcides Araújo, que administrava a loja junto com o pai.
 
“Os americanos ficavam doidos quando viam que a gente vendia meia-calça. Eles diziam que não tinha mais meia-calça no mundo por causa da guerra. Compravam muito, pagavam em dólar. Eu e Alcides tivemos que pedir muito mais peças para o fornecedor em São Paulo. Era um pedido tão grande que o fornecedor achou que a gente estava de brincadeira, e ligou muito pra mim muito chateado. Eu disse ‘mande as meias que eu pago adiantado’! Enquanto os americanos estiveram por aqui, vendi mais meia-calça que na minha vida toda, eu acho” relembra ela, com uma memória irretocável para os seus 90 anos.
A história contada por dona Guiomar nos diz muito sobre a realidade de Natal no período da Segunda Guerra, principalmente sobre a moda e sua ligação com os hábitos e costumes da população – que é o que interessa a este artigo. Mas para entender o que acontecia, precisamos primeiramente entender como a Segunda Guerra Mundial modificou a moda no mundo.
 
A guerra e o mundo
No início dos anos 40, Paris ainda dominava a geografia da moda. Podia-se dizer que a capital francesa era o centro do mundo no mapa da alta costura. E foi a partir de Paris que vieram as mudanças drásticas, impostas pela Ocupação, que transformou o visual das mulheres da década de 40.
 
A estética do glamour dos anos 30 foi declarada decadente pela política nazista alemã. No livro ‘A moda do século’, François Baudot registrou:
“A parisiense emagrece, suas roupas ficam mais pesadas e as solas de sapatos também. (…) assim, a partir de 1940 está proibido mais de que quatro metros de tecido para um mantô e um metro para chemisier (exceção feita apenas para as grávidas). Nenhum cinto de couro deve ter mais de quatro centímetros de largura.”
 
Durante toda a década, a estética será dominada pelo racionamento de roupas, a economia de botões e outros aviamentos e a reciclagem de peças antigas – teria surgido aí a customização?
Além disso, as mulheres sofrem com o sumiço da meia-calça. Todo o naylon e a seda produzidos na Europa eram aproveitados na fabricação de pára-quedas, e as – antes elegantíssimas – parisienses agora tem que se contentar com o uso de meias soquetes.
 
Com o tempo, as meias curtas passam a ser utilizadas até mesmo com vestidos de festas. Outra alternativa é maquiar as pernas e desenhar um traço fino na parte de trás, lembrando a costura da meia-calça. Essa é uma imagem icônica do período.



É famosa – e curiosa – também a história contada no livro ‘Moda & Guerra: Um retrato da França ocupada’ , de um soldado que, ao fim da guerra, levou o pára-quedas na mala para fazer o vestido de noiva da namorada.


E assim as pessoas sobreviviam nos duros anos 40.
O tailleur com ares de uniforme militar, de ombros largos e saia reta, é o modelo mais usado no período.
 
O único elemento do visual feminino que não sofreu racionamento foram os chapéus. Isso fez com que a moda subisse – literalmente – à cabeça das mulheres, e se a roupa e os sapatos eram bem modestos, os chapéus e turbantes eram verdadeiras esculturas. Serviam para dar um ar mais arrumado ao visual, mas também para esconder cabelos mal cuidados e mal cortados, carentes de um salão de beleza.
 
O lenço na cabeça, usado pelas moças que foram trabalhar nas fábricas, logo foi incorporado ao visual feminino em todas as camadas da sociedade. Da operária à mulher do oficial – a única que ainda tinha algum dinheiro para comprar roupas novas.
 
Foi com o dinheiro das mulheres dos oficiais nazistas que a alta costura conseguiu sobreviver, mesmo que em coma, nesse período.
Os historiadores são categóricos em afirmar que, caso a alta costura tivesse parado de produzir por completo durante os anos de guerra, a França haveria perdido para sempre o lugar que ocupa no mapa da moda, o que mudaria completamente o panorama da moda atual.
 
A guerra e Natal
Se à época da guerra Paris era um grande parque de diversões que foi fechado por falta de energia, Natal não passava de uma pequena vila que começava na Ribeira e terminava no Tirol. É difícil para as novas gerações imaginar essa antiga ordem da cidade, onde Ponta Negra era uma distante praia de veraneio.
 
Com os americanos veio também uma revolução significativa nos costumes da cidade. A professora e pesquisadora Josimey Costa registrou no documentário ‘Imagem sobre imagem – a Segunda Guerra em Natal’ depoimentos que remontam a influência que a guerra e a chegada dos americanos tiveram sobre Natal.
 
E o que mais chamou atenção da pesquisadora foi que a guerra era excitante para os moradores da então pacata capital potiguar. “Quando comecei a pesquisa eu tinha a ideia de que foi um período de tensão, que as pessoas viviam oprimidas, com medo da guerra chegar aqui. Mas o que percebi é que as pessoas vivem apesar disso e encontram – mesmo nos períodos mais trágicos – momentos de alegria”.
Os momentos de alegria trazidos pela guerra eram os bailes, a bebida, os chicletes, a música e os belos e jovens soldados de cabelos loiros e olhos azuis – biotipo totalmente diferente dos potiguares. Um dos entrevistados de Josimey no documentário, Alvamar Furtado, fez uma comparação interessante:
“Natal foi invadida por uma multidão de príncipes encantados”.
E quem tem tempo para ficar oprimido com tanta novidade na cidade?
Talvez só mesmo os rapazes natalenses, que perdiam feio para os americanos na hora da paquera. Os nativos eram formais, usavam terno e chapéu de palhinha. Já os estrangeiros, quando não estavam de uniforme, usavam camisas coloridas por fora da calça – sem “ensacar” como dizemos por aqui – e as mulheres achavam isso um charme.
 
Dona Guiomar lembra que os soldados também iam à Casa Rio comprar Chanel Nº 5, outro item escasso que fazia sucesso durante a guerra. E que isso deu margem para um golpe que ficou famoso na época: “tinha gente em Natal querendo dar uma de esperto. Eles pegavam vidros de Chanel Nº 5 e dividiam em vários frascos. Completavam com outro perfume barato e vendiam para os americanos. Eles eram loucos por esse perfume, e compravam muito. Muitos caiam no golpe”, conta.
Também foram os americanos que trouxeram os calções curtos de helanca para os banhos de mar em Ponta Negra e Areia Preta. Antes disso, os rapazes natalenses usavam calções compridos na praia.
As moças passaram a querer usar maiô aberto nas costas, como as atrizes de Hollywood e as pin-ups dos calendários.
 
Mas por aqui a vigilância dos pais ainda era severa, e as mães geralmente cobriam as costas do maiô com uma peça de croché.
Foi a época também em que as mulheres começaram a usar calças compridas à la Marlene Dietrich. Só as solteiras usavam, não ficava bem para uma mãe de família andar de calças por aí.
E as moças que usavam eram “mal faladas”.
Os cabelos eram cacheados com bobs, as moças perdiam horas ondulandos os fios. Apesar do racionamento de tecidos no resto do mundo ter feito as saias minguarem, por aqui elas ainda eram rodadas. Ideais para balançar e rodopiar nos bailes do América.
Há estudos que defendem que nem tudo foram flores nesse período. Os preços por exemplo subiram vertiginosamente. Havia muito dólar circulando, e o comércio cobrava como se todos tivessem o mesmo rendimento dos americanos, quando na realidade a cidade era, de uma forma geral, muito pobre.
Mesmo assim, a maioria das pessoas que viveu aquela época a lembra com saudosismo, como uma época de ouro da cidade.
Talvez porque, em termos de moda e estética, Natal era uma bolha de glamour num mundo castigado pelo racionamento. Não faltava meia-calça nem Chanel Nº 5, mesmo que a maioria da população não tivesse o hábito de usar nem um nem outro.
 
fonte:http://www.ailtonmedeiros.com.br/a-moda-em-natal-na-segunda-guerra/2012/10/30/

A batalha de Moscou enterrou a ideia de Blitzkrieg


 
Batalha de Moscou, Grande Guerra patriotica, hitler
 
No dia 5 de dezembro comemora-se na Rússia o Dia da Glória Militar. Há 71 anos, no início do inverno de 1941, começou a contra-ofensiva das tropas soviéticas nos arredores de Moscou. Desse modo a tentativa de Blitzkrieg fracassou e o mito da invencibilidade do exército hitlerista foi destruído.

Hitler esperava ocupar Moscou dois, três meses depois do ataque à União Soviética. Depois dos primeiros êxitos do exército alemão, ele exigiu do comando “tomar Moscou em 15 de agosto e terminar a guerra com a URSS em 1º de outubro”. Entretanto, tendo recuperado do golpe traiçoeiro, as tropas soviéticas passaram a ações mais ativas contra o inimigo. As encarniçadas batalhas por Smolensk, Leningrado, Kiev, atrapalharam a realização dos planos hitleristas. A Operação Tufão, cujo objetivo era a tomada da capital da URSS, começou somente em 30 de setembro.
As tropas fascistas avançaram sobre Moscou durante dois meses. Eles chegaram do noroeste e sudoeste, mas permaneceram a 40-45 quilómetros da capital. Hitler estava tão certo do término bem sucedido e em breve da operação, que deslocou parte da aviação para o Mar Mediterrâneo, para ajudar Mussolini.
 
Mas em 5 de dezembro as tropas soviéticas passaram à contra-ofensiva. “Não há para onde recuar – atrás está Moscou”, com este pensamento os soldados iam ao combate e lutavam até a morte. Os alemães estremeceram e começaram a recuar. A vitória da URSS na batalha por Moscou foi um momento de virada na Segunda Guerra Mundial – considera o dirigente científico do Centro de História das Guerras e Geopolítica, Oleg Rjechevski:
 
“A batalha de Moscou foi o início da chamada virada radical na guerra. É que a derrota das tropas fascistas alemãs nos arredores de Moscou significou o fracasso da guerra-relâmpago contra a União Soviética. Se nós abrirmos documentos alemães, veremos que a operação, segundo o plano Barbarossa deveria terminar em 5 meses. Por isso a derrota das tropas alemãs nos arredores de Moscou significou que a Alemanha perdeu o plano Barbarossa, e tinha pela frente uma guerra longa e ainda para mais, no inverno, para a qual ela não estava preparada.
 
Em um mês, o Exército Vermelho já tinha expulso as tropas alemãs a 100-250 quilómetros da capital soviética. Foram totalmente libertadas dos invasores nazistas as regiões de Moscou e Tula, as grandes cidades de Kalinin (atualmente Tver) e Kaluga. Os inimigos trocaram de papéis: o Exército Vermelho desenvolveu uma ofensiva geral, e os alemães recuaram. O mais importante, talvez, foi que ,os soviéticos acreditaram na própria possibilidade de expulsar o inimigo de sua terra – assinala o historiador Andrei Sakharov:
“A direção alemã, naquele momento, ainda não tinha consciência de que praticamente ocorrera uma viragem na guerra. Apesar de terem sofrido uma derrota, perdido muitos homens e equipamentos, o poderio de seu exército era ainda extremamente grande. Isto foi mostrado pelas batalhas posteriores, pela invasão no sul, no Volga. Entretanto a derrota moral teve grande significado: os alemães, desde o início da Segunda Guerra Mundial, nunca tinham encontrado resistência tão tenaz e, o que é mais importante, bem-sucedida.”
 
A batalha nos arredores de Moscou em 1941-42 entrou na história da Segunda Guerra Mundial como uma das maiores e mais sangrentas. As batalhas ocorreram num território de quase 1000 quilómetros na frente e 400 quilômetros em profundidade, o que, em área, se equipara à Inglaterra, Irlanda, Islândia, Bélgica e Holanda somadas. Os combates duraram mais de 200 dias e neles participaram, de ambas as partes, mais de 7 milhões de soldados, dos quais um milhão e meio ficou para sempre nos campos de batalha.
 
fonte:http://portuguese.ruvr.ru/2012_12_04/A-batalha-de-Moscou-enterrou-a-ideia-de-Blitzkrieg/

Batalha do Bulge da II Guerra Mundial




Vincent Vicari foi membro da 101ª divisão americana de pára-quedistas que conseguiu conter a ofensiva alemã em Bastogne. Foto: AP Vincent Vicari foi membro da 101ª divisão americana de pára-quedistas que conseguiu conter a ofensiva alemã em Bastogne


No dia 16 de dezembro de 1944, a Alemanha nazista lançava nas Ardenas belgas sua última grande ofensiva, que seria uma das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial: a batalha do Bulge. Seis meses depois do desembarque na Normandia e quando os belgas se preparavam para celebrar seu primeiro Natal em liberdade depois de cinco anos, Hitler pretendia dividir a Bélgica em duas, alcançar o porto de Antuérpia e isolar assim os exércitos aliados que combatiam na Holanda.
  • Às 5h30, o ataque começou a partir de Monschau, na fronteira entre Alemanha e Bélgica, e de Echternach em Luxemburgo. As tropas avançadas americanas foram pegas de surpresa. Para os civis começou um novo êxodo em pleno inverno. Durante os dois primeiros dias da ofensiva, as colunas blindadas SS romperam as defesas americanas, cometendo atrocidades sobretudo na região de Stavelot e de Trois Ponts, ao norte das Ardenas. O caos nas linhas aliadas era quase total. As SS lançaram por trás das primeiras linhas inimigas pára-quedistas disfarçados com uniformes americanos que falavam inglês perfeitamente, responsáveis por executar atos de sabotagem e espalhar boatos entre os oficiais dos Estados Unidos. Em Bastogne, a 101ª divisão americana de pára-quedistas que chegava em caminhões de Reims (leste da França), conseguiu conter a ofensiva alemã, mas a cidade estava completamente cercada. O general George Smith Patton, no comando do Terceiro Exército, lançou então uma contra-ofensiva em meio a uma forte nevasca. Em Bastogne, o general Tony McAuliffe resiste e não aceita a rendição. Uma semana depois do início da ofensiva, graças às melhores condições climáticas, a aviação aliada conseguiu agir com todo seu poderio bélico contra os "panzer" alemães e abastecer a sitiada Bastogne. Até o Natal, a batalha causou furor, mas no dia 26 de dezembro, Patton conseguiu romper o cerco de Bastogne e executar um avanço estratégico que seria decisivo para o resultado final da batalha. As posições se mantiveram relativamente estáveis até 17 de janeiro, mas pouco a pouco os alemães começaram a perder terreno, à medida que grande parte de seus blindados era destruída ou ficava imobilizada pela falta de combustível, que eles pensavam em roubar dos aliados. Sangrentos combates, inclusive corpo a corpo e com armas brancas, foram registrados até 18 de janeiro de 1945, data oficial do fim da batalha das Ardenas. Porém, apenas no dia 31 de janeiro as tropas alemãs foram empurradas para mais além da linha de frente da qual haviam partido em 16 de dezembro. Esta vitória, particularmente dolorosa - quase 15 mil mortos americanos e 2,5 mil civis belgas - acelerou bastante o fim da guerra. Hitler jogou tudo nas Ardenas. Os homens e o equipamento perdidos nesta batalha fizeram falta algumas semanas depois na defesa de seu território. A história do começo ao fim da companhia Easy, da 101ª Divisão de pára-quedistas, é narrada na minissérie para a televisão "Band of Brothers", de Steven Spielberg e Tom Hanks, com dois episódios sobre a batalha do Bulge.
  • fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI440712-EI2418,00-Batalha+do+Bulge+da+II+Guerra+Mundial+faz+anos.html

  • quinta-feira, 29 de novembro de 2012

    Os últimos nazistas


    Com os carrascos da Segunda Guerra prestes a morrer de velhice, o mundo corre para punir os poucos que restam


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    Seis milhões de judeus mortos, seis mil nazistas condenados
    Depois de 68 anos de investigação, quatro interrogatórios e da revisão de milhares de documentos, o alemão Samuel Kunz, 88 anos, foi finalmente indiciado pela morte de 432 mil judeus no campo de concentração de Belzec, na Polônia, no dia 28 de julho. Kunz atuou como guarda entre janeiro de 1942 e julho de 1943, quando tinha 20 anos de idade. “Sabíamos que os judeus eram exterminados e depois cremados – sentíamos o cheiro disso todos os dias”, admitiu em junho, durante depoimento dado ao Escritório Central de Investigação de Crimes do Nazismo na região da Bavária, Alemanha. Para especialistas em Segunda Guerra, Kunz pode ser o último nazista a sentar no banco dos réus, pois são poucos os homens de Hitler ainda vivos. Mas as chances pífias de encontrar e levar à Justiça os que restam, todos com mais de 85 anos, não desanimam quem se dedica a procurá-los onde quer que estejam. “Há uma crença de que é tarde demais para levar os assassinos nazistas à Justiça”, disse à ISTOÉ o historiador judeu americano Efraim Zuroff, 62 anos, o principal caçador de nazistas do Centro Simon Wiesenthal (CSW), criado para dar continuidade ao trabalho de Simon Wiesenthal, o mais implacável perseguidor hitlerista de todos os tempos. “Mas nossos números nos mostram quanto esse trabalho ainda dá resultados”, afirmou ele.
    Segundo o CSW, entre 2001 e 2010, 77 nazistas foram condenados por crimes de guerra, o último em março passado, outros 51 foram indiciados e mais de uma centena de investigações foram abertas. “O trabalho de gente como o senhor Zuroff é fundamental porque alerta para os horrores do Holocausto”, afirma Lia Bergmann, assessora de direitos humanos do braço brasileiro da B’nai B’rith, uma entidade beneficente judaica mundial. “Ele também é importante porque coloca em pauta, mesmo que indiretamente, a incômoda questão da presença cada vez maior de grupos neonazistas no Brasil”, diz Lia.
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    Soldados do campo de Belzec, onde o alemão Kunz, que será julgado, atuou como guarda
    Zuroff esteve no Brasil em junho para, além de ministrar uma palestra, buscar pistas de Aribert Heim, 96 anos, o primeiro na lista de 2010 dos nazistas mais procurados do CSW (leia quadro), que assassinou dezenas de judeus com injeções letais no campo de Mauthausen, na Áustria. Heim teria passado pelo País para visitar uma filha ilegítima que vive no Chile. “O Brasil e a América Latina foram atraentes para fugitivos nazistas porque a entrada nesses países era tranquila e, uma vez instalados, eles contavam com o apoio de simpatizantes alemães para escondê-los”, explica Maria Luiza Tucci Carneiro, historiadora e professora do departamento de história da Universidade de São Paulo (USP). Muitos fugitivos também aproveitaram a simpatia de ditadores como Juan Domingo Perón, na Argentina, para entrar como exilados políticos. No Brasil a maioria entrou afirmando exercer a profissão de técnico industrial. O mais famoso foi o médico Josef Mengele, conhecido como “Anjo da Morte”, responsável pelo extermínio de crianças e adultos em experiências cruéis. Embora morasse no Paraguai, Mengele morreu em 1979 na cidade de Bertioga, litoral norte de São Paulo, e foi enterrado em Embu das Artes como Wolfgang Gerhard. O corpo, exumado em 1985, foi identificado com a ajuda da Alemanha, de Israel e de investigadores como o próprio Simon Wiesenthal, que viveu até 2005.
    Achar esses criminosos é apenas o primeiro passo e talvez uma das etapas mais simples do processo de condenação de um nazista. Se ele estiver fora de seu país de origem, a extradição pode ser extremamente complexa, principalmente se ele tiver a nacionalidade do país em que se esconde. No Brasil, para extraditar um nazista é preciso que sejam atendidas várias condições. “Sem pacto de reciprocidade diplomática, por exemplo, o País não extradita ninguém”, explica George Niaradi, presidente da Comissão de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Quando o acusado é naturalizado brasileiro, outras condicionantes são colocadas. Zuroff vê esses empecilhos como falta de vontade política para processar os poucos que restam. “Temos, no máximo, mais cinco anos para fazer esse trabalho, depois todos já terão morrido por causas naturais”, alerta. É pouco tempo, mas fazer justiça, ainda que tardia, é fundamental.
     
     
     
     


     

    terça-feira, 23 de outubro de 2012

    As Crianças do Holocausto

    Criança emaciada comendo algo nas ruas do Gueto de Varsóvia. Varsóvia, Polônia.  Foto tirada entre 1940 e 1943. 


     



     



     
    As crianças eram especialmente vulneráveis durante a época do Holocausto. Os nazistas defendiam o assassinato de crianças de grupos “indesejáveis” ou “perigosos”, de acordo com a sua visão ideológica, tanto como parte da “luta racial” quanto como medidas de segurança preventiva. Os alemães e seus colaboradores matavam crianças por estas duas razões e também como retaliação aos ataques, reais ou inventados, dos partisans.

    Os alemães e seus colaboradores assassinaram cerca de 1,5 milhões de crianças, sendo um milhão delas judias, e dezenas de milhares de ciganos Romas, além de crianças alemãs com deficiências físicas ou mentais que viviam em instituições, crianças polonesas, e crianças que moravam na parte ocupada da União Soviética. As chances de sobrevivência imediata dos adolescentes, judeus e de não-judeu, entre 13 e 18 anos eram maiores, já que podiam ser enviados para o trabalho escravo.

    O destino das crianças, judias e não-judias, pode ser classificado da seguinte maneira: (1) crianças assassinadas assim que chegavam aos campos de extermínio; 2) crianças mortas assim que nasciam ou mortas nas instituições onde viviam; 3) crianças que nasciam nos guetos e campos, mas que sobreviviam porque os prisioneiros as escondiam; 4) crianças, normalmente maiores de 12 anos, que eram usadas como escravas ou em experiências “médicas”; e 5) crianças que morriam devido às represálias nazistas nas chamadas operações anti-partisans.

    Nos guetos, as crianças judias morriam de inanição e por exposição aos elementos. As autoridades alemãs eram indiferentes a esses assassinatos em massa, pois consideravam a maioria das crianças dos guetos improdutivas e, portanto, “consumidores inúteis de comida”. Quando as crianças eram muito jovens para serem mandadas para o trabalho forçado, as autoridades alemãs as selecionavam, assim como aos mais velhos, doentes e deficientes, para serem os primeiros judeus a serem deportados para os campos de extermínio, ou então eram levadas até as covas de destruição em massa como as primeiras vítimas a serem metralhadas.

    Quando as crianças chegavam em Auschwitz-Birkenau, e em outros campos de extermínio, as autoridades nos campos enviavam a maioria delas diretamente para as câmaras de gás. As forças das SS e da polícia colaboracionista, na Polônia e nas áreas da União Soviética que estavam ocupadas pela Alemanha, friamente atiravam nas milhares de crianças colocadas à beira das enormes sepulturas. Infelizmente, em algumas ocasiões, as primeiras cotas de crianças a serem levadas para os centros-de-extermínio, ou para serem vítimas de operações de fuzilamento, eram o resultado da seleção efetuada pelos presidentes dos Conselhos Judaicos, conhecidos como Judenrat, em decisões controversas e difíceis, pressionadas pelos nazistas. A decisão tomada pelo Judenrat de Lodz para deportar crianças para o campo de extermínio de Chelmno, em setembro de 1942, é um exemplo das escolhas trágicas feitas por adultos que tinham que atender as exigências impostas pelos alemães. Janusz Korczak, diretor de um orfanato no Gueto de Varsóvia, porém, recusou-se a abandonar as crianças sob seu cuidado, e quando elas foram selecionadas para a deportação ele as acompanhou até o campo de extermínio de Treblinka, entrando com elas nas câmaras de gás, onde também foi assassinado.

    Crianças não-judias, pertencentes a outros grupos perseguidos, também não foram poupadas, entre elas as crianças ciganas Roma assassinadas no campo de concentração de Auschwitz. Cinco a sete mil crianças alemãs também foram mortas, vítimas do programa de “eutanásia” nazista; e muitas outras foram exterminadas em represália aos partisans, incluindo a maioria das crianças da cidade tcheca de Lídice, e dos povoados da União Soviética ocupada, que eram assassinadas junto com seus pais.

    As autoridades alemãs também encarceraram um grande número de crianças em campos de concentração e nos de trânsito. Médicos e pesquisadores “médicos” das SS as utilizavam, principalmente aos gêmeos, para experiências médicas cruéis que resultavam na morte destas crianças. As chefias dos campos obrigavam os adolescentes, principalmente judeus, a trabalho forçado nos campos de concentração, onde muitos morriam. Os nazistas mantinham outras crianças sob condições aterrorizantes nos campos de trânsito, como ocorreu com Anne Frank e sua irmã em Bergen-Belsen, e também com crianças não-judias, órfãs de pais assassinados pelas unidades militares e policiais nas chamadas operações anti-partisans. Alguns destes órfãos eram mantidos temporariamente no campo de concentração de Lublin/Majdanek, bem como em outros campos de detenção.

    Em suas tentativas de “salvar a pureza do sangue ariano” os “especialistas raciais” das SS ordenaram que centenas de crianças polonesas e soviéticas, com características “arianas”, fossem raptadas e levadas para o Reich para que fossem adotadas por famílias alemãs racialmente corretas. Embora argumentassem que a base dessas decisões era “científica”, bastava elas terem o cabelo louro, olhos azuis, e pele clara, para merecerem a oportunidade de serem “germanizadas”. Por outro lado, quando as mulheres polonesas e soviéticas que haviam sido deportadas para a Alemanha para trabalho forçado ficavam grávidas de alemães, normalmente através de estupros, elas eram forçadas a abortar ou a dar à luz em condições que garantissem a morte do recém-nascido caso os “especialistas raciais" determinassem que aquela criança não era suficientemente ariana.

    Apesar de sua grande vulnerabilidade, muitas crianças conseguiram meios de sobreviver roubando e trocando o produto de suas atividades por comida e medicamentos para levar para dentro dos guetos. Os jovens que participavam dos movimentos juvenis ajudavam em atividades secretas da resistência, e muitas crianças fugiam, sozinhas ou com seus pais e familiares, para acampamentos organizados por partisans judeus.

    Entre 1938 e 1940, o Kindertransport, Transporte das Crianças, era o nome informal de um movimento de resgate que levou milhares de crianças judias, sem seus pais, para locais seguros na Grã-Bretanha, longe da Alemanha nazista e dos territórios por ela ocupados. Alguns não-judeus esconderam crianças judias, e algumas vezes, como no caso de Anne Frank, escondiam também outros membros da família. Na França, de 1942 a 1944, quase toda a população protestante da cidade de Le Chambon-sur-Lignon, bem como padres, freiras e católicos laicos deram abrigo a crianças judias, mantendo-as longe dos olhos dos nazistas. Na Itália e na Bélgica muitas crianças conseguiram salvar-se por terem sido escondidas nestes tipos de esconderijo.

    Após a rendição da Alemanha nazista e o fim da Segunda Guerra Mundial, os refugiados e pessoas deslocadas pela guerra passaram a procurar seus filhos por toda a Europa. Havia também milhares de órfãos nos campos para refugiados. Um grande número de crianças judias foi levado do leste europeu para áreas a oeste da Alemanha ocupada, em um movimento de êxodo em massa denominado Brihah, com a ajuda da organização Youth Aliyah, Imigração Jovem. Estas crianças foram posteriormente levadas para o Yishuv, nome dado à área dos assentamentos judaicos dentro do Mandato Britânico na Palestina, onde em 14 de maio de 1948 o Estado de Israel proclamou sua independência.

    Crianças da Guerra


    Durante a Segunda Guerra Mundial, quase toda a população da Rússia foi mobilizada para o esforço de guerra. Muitas crianças lutaram então lado a lado com os adultos, tendo em vista a derrota das forças invasoras alemãs. Estaline utilizou não apenas o sacrifício dos pequenos combatentes como até o aproveitou para fazer propaganda do regime. Eram as crianças da guerra.

    guerra criancas cccp urss russia

    Em qualquer conflito armado somos surpreendidos por fotografias de crianças a empunhar armas. Essa visão provoca a nossa indignação perante a exploração a que são sujeitas pelos senhores da guerra. E, no entanto, isto sempre sucedeu independentemente do local, da época ou da cultura em particular, em qualquer conflito do presente ou do passado. Há apenas algumas décadas atrás, durante a Segunda Guerra Mundial, foi comum ver crianças entre as fileiras do exército russo que se defendia com todos os seus recursos dos invasores nazis.

    Eram tempos diferentes e vivia-se ainda sob o jugo do ditador Estaline. Muitas crianças tentaram fugir das suas casas para ir combater na Grande Guerra Patriótica, como lhe chamou a propaganda do regime. Não obstante, algumas foram capturadas pela polícia militar e devolvidas às suas famílias mas outras acabaram por se conseguir juntar às tropas e lutar. Eram muito novas, algumas com 9 anos apenas, e combateram na frente. As que sobreviveram deixaram o exército após o fim da guerra com 14 ou 16 anos, muitas vezes recompensadas com medalhas de honra.

    Os fotógrafos da guerra e da propaganda registaram as imagens destas crianças da guerra, meninos sem infância desprovidos do seu bem mais precioso: a inocência.

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    fonte: http://obviousmag.org/archives/2009/10/criancas_guerra_estaline.html



     

    sexta-feira, 28 de setembro de 2012

    As Deusas da Guerra

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    As beldades que adoravam as máquinas de guerra americanas


    Mas primeiro expliquemos o que diacho é nose-art. Normalmente os aviões militares são identificados por símbolos ou “cocares” – normalmente os círculos coloridos concêntricos pintados na fuselagem. Mas no meio do “pega pra capar” da guerra aérea havia espaço pra arte, e a chamada “nose art” consistia em fazer uma pintura no nariz da aeronave para identificar o esquadrão ao qual pertencia, sendo isso normalmente uma iniciativa dos próprios pilotos. Essa prática começou ainda na I Guerra Mundial, sendo mais disseminada durante a II Guerra Mundial. Como exemplos famosos de nose-art podemos citar o desenho do avestruz atirando com uma arma sob a frase “Senta a Pua”, que foi ostentada nos P-47 dos pilotos brasileiros que lutaram como voluntários no 1º Grupo de Aviação de Caça, os famosos “Jambocks”, ou os dentes de tubarão dos P-40 dos “Tigres Voadores”. Até os sisudos alemães adotaram Mickey Mouse como mascote em caças Bf-109 da Legião Condor durante a Guerra Civil Espanhola.

    Mas em alguns casos esses desenhos eram individuais para cada aeronave, sendo a escolha da ilustração por parte do piloto ou tripulação do aparelho, personalizando o avião de combate. O destaque fica para os bombardeiros pesados americanos, principalmente os B-17 e B-24, as chamadas “fortalezas voadoras”, que carregavam dezenas de bombas em incursões diurnas e noturnas. Os temas das pinturas eram diversos, se inspirando em personagens de cartuns ou tiras. Mas ao que parece, os americanos queriam algo mais do que as várias metralhadoras Browning M2 calibre 50 espalhadas pelo avião para se defenderem dos caças da Luftwaffe, pois a predileção dos cuecas em combate eram as pin-ups. Quem sabe a intenção dos americanos seria distrair os pilotos dos caças Me-109 ou Focke-Wulf que se abestalhariam ao ver as gostosas e seriam abatidos pelas implacáveis rajadas de munição .50…

    As pin-ups se tornaram mais um dos símbolos americanos da época da Segunda Guerra, já que contribuíam para o “esforço” nacional no conflito. Os soldados costumavam levar fotos, pôsteres e paginas arrancadas de revista mostrando essas deusas. E as de carne e osso costumavam aparecer no front de combate, ao lado de outros artistas, atores e cantores, para entreter as tropas.

    Mas se os soldados do exército penduravam pôsteres ou levavam fotos delas, a força aérea do exército preferiu pintá-las em suas aeronaves. A princípio não foi uma decisão oficial, obviamente, mas as tripulações tinham relativa liberdade em escolher os temas para pintar as aeronaves. E os oficiais viam nisso um estratagema para manter elevado o moral das tropas.

    No auge das pin-ups girls, além das atrizes e modelos de carne e osso, como Betty Grable e suas belas pernas, ou Rita Hayworth, ou personagens de quadrinhos, como a “Dragon Lady” de Milton Cannif, quem costumava inspirar os “artistas de narizes” eram principalmente as belas e sensuais ilustrações da revista “Esquire” de George Petty e, principalmente, as garotas de Vargas, o peruano ilustrador cujo estilo e impecável técnica com o aerógrafo influenciariam a publicidade nas décadas seguintes e que trabalhou para diversas revistas, como ilustrando os calendários da “Esquire” no início dos anos 40 e, posteriormente, trabalhando como ilustrador da revista “Playboy”. Desses calendários para o nariz dos poderosos aviões da Boeing que despejavam toneladas de bombas sobre a Alemanha foi um pulo. No esforço de guerra americano, as garotas perfeitas serviram para “levantar o moral” da tropa, uma verdadeira “arma secreta” dos States.


    Mesmo utilizando arte original ou fotos de modelos e atrizes, há o mérito daqueles que decalcavam a imagem para o metal frio das aeronaves. Um dos mais ativos “pintores de nariz” da II Guerra foi o mecânico Tony Starcer, do 91st Bomb Group, sediado na Inglaterra. E entre suas mais de cem pinturas, a mais famosa é, com larga margem, a transposição da Pin-Up de George Petty para o B-17 “Memphis Belle“, que já foi tema de dois filmes, um documentário de 1944 e uma produção de 1990. Outro colega famoso foi o mecânico naval Hal Olsen, que serviu no Pacífico e cobrava 50 dólares por pintura, e também produziu mais de 100 obras em narizes de bombardeiros B-29 e PB4Y-1, (designação naval para o B-24 Liberator), e boa parte desse trabalho se deu entre junho e agosto de 1945, quando ele pintava, em média, dois aviões por dia. E sua mais famosa não seria uma mulher, infelizmente, e sim o nome “Enola Gay” no nariz do B-29 que alijou a bomba atômica em Hiroshima.

    A nose-art e outras formas de pintura em aeronaves ainda persiste, em aeronaves dessa época conservadas em museus ou em reedições modernas dessa prática. Mas o politicamente correto vem “atrapalhando” o uso de pin-ups como tema, em alguns casos, até porque a presença de mulheres no meio militar aumentou nas últimas décadas, e ostentar beldades em poses eróticas pode soar como ofensivo. Tanto que a RAF (Real Força Aérea, Inglaterra) proibiu ano passado o uso desse tema na pintura de suas aeronaves.


    Segue abaixo alguns exemplos de nose-art e as pin-ups que os inspiraram


    Calendário da “Esquire” de outubro de 1941, criação de Alberto Vargas, inspirou várias pinturas, incluindo a “War Goddess” de um bombardeio B-24


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    A jovem em pose, digamos, “aerodinâmica”,, desenhada por Vargas para o calendário de dezembro de 1943 inspirou diversas “nose-arts” em várias aeronaves, como a “Gerogia Peach”



    varga+girl+art.jpg varga+georgia+peach.jpg



    O nome “Memphis Belle” foi inspirado em uma personagem da atriz Joan Blondell no filme de 1942 “Dama por Uma Noite”, com John Wayne. A inspiração para a pintura foi o calendário da “Esquire” de Abril de 1941, desenhado por George Petty. Deu sorte, pois o B-17 sobreviveu a 25 missões e foi tema de dois filmes.

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    Mais uma de Vargas, que inspirou pinturas em bombardeiros B-25, como o “Shirley Ann”, do 340th Bomb Group



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    O famoso Tony Starcer pintou a garota com a frase “Mount´n´Ride” no nariz desse B-17 do 91th Bomb Group inspirado no calendário de Vargas para a “Esquire” de fevereiro de 1944.

    mount2.jpg


    Outra nose-art famosa é a desse B-24 intitulada “Strawberry Bitch”, que hoje se encontra restaurado no museu da Força Aérea Americana, servindo no 512th Bomb Squadron, sediado na África. Há uma lenda em torno dessa imagem que afirma que originalmente a mulher estaria nua, e ao ser restaurado os pintores a teriam “vestido”. Pouco provável, já que a jovem já aparece “vestida” na imagem que a inspirou e em fotos da época.




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    Nem só bombardeios tinham a prerrogativa de ostentar beldades pintadas em seus narizes. Mais uma “Vargas Girl”, do calendário de fevereiro de 1941, inspirou a pintura “Naughty Dotty” em um caça P-47 do 397th Fight Group

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    Mais algumas imagens de Vargas que inspiraram pinturas em dezenas de bombardeiros americanos


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    VARGAS01.JPG SLEEPY-TIMEGAL-V1-1.JPG


    VARGAS03.JPG WISTFULVISTA.JPG

    Fonte:http://www.blodega.com/index.php/2009/08/24/as-deusas-da-guerra/
    VARGAS08.JPG ROWDYANN-V1-2.JPG