quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Operação Varsity - 1945

A parte aeroterrestre da travessia do Reno pelo 21° Grupo de Exércitos britânico recebeu o codinome de "Operação Varsity". A sua realização caberia à 17ª Divisão Aeroterrestre americana, do Major-General William Miley, formação de certo modo inexperiente, e à 6ª Divisão Aeroterrestre britânica, do Major-General E. L. Bols, esta bastante experimentada, que atuara com êxito nos desembarques da Normandia. O comandante do grupamento aeroterrestre formado era um americano, Major-General Matthew B. Ridgeway. que tinha como sub-comandante o Major General R. N. Gale, britânico. A responsabilidade do planejamento-geral da "Varsity" foi distribuído ao 1° Exército Aeroterrestre aliado, embora subordinassem ao comando do 2º Exército" britânico, durante toda a operação, o grupamento.
O Regimento da RAF forneceu especialistas em rádio, integrantes das chamadas turmas "Tentáculo" para operarem junto as divisões americana e britânica. Eles se incumbiriam do controle terrestre dos aviões de apoio das forças aéreas aliadas.

Tomando por base as lições da Operação "Market Garden", os planejadores escolheram para zonas de salto áreas situadas a poucos quilômetros a leste do rio, bem dentro do alcance do apoio da artilharia lembrando-se também dos desastres verificados na mencionada operação por não se terem reunidos os efetivos da 1ª Divisão Aeroterrestre britânica em Arnhem, acertaram os planejadores que as duas divisões seriam lançadas ao mesmo tempo, levadas à área da batalha por gigantesca ponte aérea. Assim que estivessem estabelecidas em terra. o suprimento necessário à manutenção das duas divisões seria de imediato lançado. Desceriam com elas especialistas em rádio, integrantes das chamadas turmas "Tentáculo" fornecidas pela RAF as divisões americana e britânica, que se incumbiriam do controle terrestre dos aviões de apoio das forças aéreas aliadas. A área escolhida para as zonas de desembarque era um trecho plano situado entre a Floresta de Diersfordt e o rio Issel, que nesse local corre paralelamente ao Reno e a uns 8 km a leste deste.
Ao grupamento aeroterrestre caberiam a captura da crista que marca o limite leste da Floresta de Diersfordt. das travessias sobre o Issel e a destruição das defesas alemãs em geral e a ajuda ás forças de terra na expansão rápida da cabeça-de-ponte. As duas divisões aeroterrestres voariam lado a lado e desembarcariam, a 6ª britânica à esquerda e a 17ª americana á direita.
Os britânicos deveriam tomar as elevações situadas a leste de Bergen, capturar a cidade de Hamminkeln e as pontes sobre o Issel; os americanos capturariam a Crista Diersfordt e mais pontes sobre o Issel. Esperava-se oposição por parte da 7ª Divisão de Pára-quedistas alemã, que ocupava posições preparadas na zona visada pêlos britânicos e era apoiada por artilharia e baterias antiaéreas. Os americanos atacariam área defendida pela 84ª Divisão de Infantaria alemã. As duas divisões aeroterrestres, após conquistarem seus objetivos iniciais, recuariam. lutando, para juntar-se à 15ª Divisão (escocesa), que estaria avançando do Reno e apoiariam as forças de terra em sua progressão para leste, uma vez que a cabeça-de-ponte tivesse ganho profundidade de 15.000 metros. Depois dos seis primeiros dias da operação, o Q-G do corpo aeroterrestre seria retirado.
A 17ª Divisão Aeroterrestre fez como infantaria uma campanha muito extenuante e estava com efetivos consideravelmente baixos. Quando o General Miley foi informado da próxima operação do Reno, sua divisão defendia uma cabeça-de-ponte sobre o rio Our, em Luxemburgo; em quatro dias ele retirara seus homens da frente e os estabelecera em Châlons-sur-Marne, na França. Precisava de uns 4.000 homens para fazer as substituições necessárias a devolver à divisão condições de combate, e o tempo era curto para incorporar os substitutos, organizar cursos de recapitulação de pára-quedismo e preparar finalmente a tropa para uma operação aeroterrestre de vulto. Pára-quedas e outros suprimentos especializados tiveram de ser levados de avião da base divisional na Inglaterra para a França.
Após haver sido retirada da Normandia, a 6ª Divisão Aeroterrestre americana foi chamada de volta à Bélgica quando da ofensiva alemã das Ardenas. Avisada de que participaria da iminente travessia do Reno, a divisão retornou à base, no leste da Inglaterra, a fim de preparar-se para a operação. O Comandante-de-Divisão, General Bols, assumiu o comando quando seu antecessor, General Gale, passou a subcomandante do XVIII Corpo Aeroterrestre. A divisão carecia de artilharia e de muito pessoal especializado, por isso que Bols teve de, para compensar suas deficiências, somar-lhe unidades que não estavam envolvidas na operação do Reno.
Os problemas implicados no planejamento do ataque aeroterrestre eram tão grandes e variados quanto os da "Plunder". Os pára-quedistas das duas divisões seriam transportados em aviões pertencentes ao 9° Comando de Transportes de Tropas americano que também forneceria os aviões para rebocar os 906 planadores Hadrian CG-4A americanos; os Grupos 38 e 46 da RAF rebocariam 440 planadores britânicos Horsa e Hamilcar conduzindo as tropas aeroterrestres britânicas. Fez-se necessário dilatar o período de trabalho das tripulações dos rebocadores britânicos, liberar instrutores de vôo para participarem da operação e treinar os estudantes mais adiantados dos cursos de pilotagem na técnica do reboque de planadores. AtravésPlanadores Hmailcar se preparam para a Operação Varsity. desse expediente, os Grupos 38 e 46 tiveram seus efetivos aumentados. O planejamento dos horários das duas divisões no ar também apresentou dificuldades. Em primeiro lugar, os componentes dessa imensa armada aérea partiriam de diferentes aeródromos. em dois países; em segundo, os trens de rebocadores e planadores eram compostos de várias permutações de tipos de aviões e planadores; em terceiro, os aviões que transportariam as tropas aeroterrestres seriam de dois tipos, os C-47. mais antigos, por isso mesmo mais conhecidos do pessoal, e os C-46. mais velozes, que só recentemente haviam sido introduzidos em serviço no teatro europeu.
Os integrantes das duas divisões aeroterrestres treinaram arduamente para a operação; os aviadores praticavam procedimentos de navegação e comunicações e vôos de aproximação simulados do Reno; ordens de operações foram redigidas e planos de embarques de aviões foram preparados. Pouco antes do inicio da travessia do Reno. os homens da 17ª Divisão Aeroterrestre americana foram reunidos em aeródromos situados próximo de Paris, de onde decolariam, e os transportes divisionais, cerca de 2.000 veículos, foram despachados para as proximidades de Issum. na margem oeste do Reno. para esperar os saltos da tropa aeroterrestre, depois do que transporiam o rio para de novo juntar-se à divisão. A 6ª Aeroterrestre britânica reuniu-se em aeródromos do sul da Inglaterra. Depois de receberem as últimas instruções sobre tarefas individuais e de unidades, os homens passaram a aguardar a ordem de embarcar.
O dia 24 de março amanheceu claro e às 07h os aviões que transportavam a 6ª Divisão Aeroterrestre começaram a decolar. Aviões rebocadores subiam pesadamente, arrastando planadores de madeira. A decolagem da 17ª Divisão Aeroterrestre americana dos aeródromos franceses foi Soldaedos da 17ª Divisão Aeroterrestre embarcam em aviões C-46 para participarem da Operação Varsity. sincronizada de modo a encontrar-se com o contingente britânico nos céus da Bélgica, perto do cenário de uma batalha anterior, em Waterloo. A formação americana tomou lugar ao lado da britânica, deslizando as duas, em colunas paralelas,, pelo céu azul e límpido na direção do alvo. a leste do Reno. Era uma visão assustadora; para os que a presenciavam de terra, a massa escura passando nos céus parecia interminável; a longa procissão de aviões e planadores, conduzindo duas divisões de soldados aeroterrestres com suas armas e equipamento, demorou duas horas e dezoito minutos para cruzar o Maas. Indo e vindo por entre eles. os caças que os escoltavam não descuravam um momento sequer a vigilância. Mais afastados, outros caças percorriam os céus da Alemanha para impedir que a Luflwaffe atacasse a densa concentração de transportes de tropas, enquanto que bombardeiros médios e pesados atacavam aeródromos e outros alvos alemães.
A formação estava a 200 m de altitude ao cruzar o Reno; na margem oeste, painéis para guiar os pilotos dos transportes e marcadores de fumaça amarela eram claramente visíveis, mas na margem leste do rio a visibilidade era reduzida pela fumaça e a poeira provocadas pelo fogo de artilharia e pelas explosões de bombas, obscurecendo os pontos de verificação de navegação em terra. A despeito do esforço desenvolvido por grupamentos aéreos e artilharia aliados, o fogo antiaéreo de terra era muito intenso, e os pilotos tinham instruções para não tentar qualquer evasiva no caminho para o alvo. À medida que se aproximava dos canhões inimigos a grossa formação aérea, tufos de fumaça, produzidos pelas granadas contra ela disparadas, mais e mais a rodeavam, voando tão baixo, alguns aviões seriam inevitavelmente atingidos. Rebocadores e planadores saiam de formação, ao serem atingidos, precipitando-se em chamas no solo, só deixando no ar um rastro de fumaça; outros aviões prosseguiam, ignorando o sucedido a seus companheiros atingidos, demandando às zonas certas de salto ou pouso, com ordens para deixar as tropas o mais próximo possível da área de ataque, se não localizassem as respectivas zonas na primeira passagem. Não haveria segunda chance.
Soldados americanos desembarcam.Os saltos de pára-quedas e os pousos da planadores foram relativamente precisos; a primeiros pousos foram feitos por volta das 10h e os últimos pára-quedistas tocaram o solo por volta das 12h45, depois do que, 240 bombardeiros pesados chegaram á área dos saltos, despejando suprimentos suficientes para atender às necessidades de um dia de cada divisão. A primeira parte da "Operação Varsity" fora cumprida com sucesso.
A maioria das batalhas é negócio quase sempre extremamente confuso, mas as operações que envolvem forças aeroterrestres, com soldados espalhados por faixa de terra em geral muito extensa, destravam dificuldade muito maior. Pelo que se verificou com algumas unidades pertencentes à 17ª Divisão Aeroterrestre, podemos avaliar o que foi a operação como um todo. As experiências vividas por uma equipe regimental de combate, consistindo do 507° Regimento e do 464º Batalhão de Artilharia Pára-quedista, sob o comando do Coronel Raff, são exemplos das vicissitudes a que se sujeitam as unidades trazidas pelo ar para o campo de batalha. O coronel saltou com o 1º Batalha do 507° Regimento, descendo a cerca e 1.600 m a noroeste da zona visada. Reunindo rapidamente todos os homens que conseguiu encontrar, ele dirigiu um ataque a uma bateria alemã, composta de cinco canhões de 150 mm, que cobria o local da zona original de salto. A rapidez da ação resultou. na captura dos canhões, passando o 1° Ba talhão a limpar de alemães a zona de salto, matando 55 deles e fazendo 300 prisioneiros. Entrementes, o 2° Batalhão, que fizera salto mais preciso, tomou seus objetivos, contra resistência moderada, e por volta das 13h30 já se havia juntado ao 2° Exército britânico, que avançava para leste após cruzar o Reno. Também o 3º Batalhão fizera um salto preciso, limpara a área que lhe fora destinada no plano de ataque e se dirigia para Diersfordt com o objetivo de capturar um ponto forte chamado Castelo de Diersfordt. Atacada fortemente, a fortaleza caiu depois de feroz corpo-a-corpo, sendo ali capturados mais ou menos 500 alemães. Na luta selvagem travada em torno de Diersfordt, o 3° Batalhão também destruiu cinco tanques alemães.
O 464° Batalhão de Artilharia Pára-quedista de Campanha estava armado com 12 obuseiros de 75 mm, mas três deles foram danificados no desembarque. As nove peças restantes foram postas rapidamente em bateria. Uma décima foi montada de partes tiradas dos três obuseiros danificados. Abrindo um fogo direto, o batalhão eliminou os alemães dos bosques que orlavam a zona de salto. Pelo final do dia, a equipe de combate do Coronel Raff havia cumprido todas as suas tarefas, fazendo quase mil prisioneiros.
Curtiss C-46 Commando O 513° Regimento de Infantaria Pára-quedista americano, comandado pelo Coronel James W. Coutts, que chegou depois, saltou a cerca de 5 km a nordeste da zona em que devia saltar, na área da 6ª Divisão Aeroterrestre britânica. O regimento fora transportado, de Amiens, nos novos aviões C-46 e sofrera pesadas baixas, infligidas pelas baterias antiaéreas alemãs; o avião em que viajava o Coronel Coutts estava em chamas ao cruzar o Reno e, ao se aproximar do ponto de salto, seus ocupantes podiam ouvir nitidamente o som dos canhões antiaéreos alemães e ver estilhaços das granadas abrir buracos na fuselagem. O motor da esquerda vomitava rolos de fumaça e muita chama quando a luz verde acendeu dentro do avião, e os pára-quedistas saltaram rapidamente, satisfeitos por poder abandonar o avião, já bem avariado. Foi, no entanto, como se saíssem da frigideira para cair no fogo - pois duas baterias de canhões antiaéreos alemães de 88 mm varriam metodicamente a zona de salto. O coronel compreendeu que estava na área errada, quando viu considerável quantidade de pára-quedistas britânicos, com suas boinas vermelhas, e planadores Horsa, britânicos, pousando. Tinha, verificou ele, que levar seus três batalhões para seus objetivos, começando de nova linha de partida.
Não conseguindo encontrar o comandante do 1° Batalhão, entregou o comando deste a um oficial do Serviço de Inteligência, ordenando-lhe que o conduzisse à área de reserva regimental estabelecida. O 2º Batalhão, cujo objetivo era a crista situada a nordeste de Diersfordt, teve de abrir caminho, contra feroz resistência, através da Floresta de Diersfordt, para finalmente tomar a crista num ataque noturno. O 3° Batalhão, depois de superar pequena dificuldade de navegação, encontrou seus objetivos no rio Issel e os tomou por volta das 16h30; meia hora depois, o batalhão travou contato com elementos da 6a Divisão Aeroterrestre britânica, à sua esquerda.
Um soldado americano sae de seu planador.As unidades de artilharia aeroterrestre têm de ser preparadas para proceder de maneira mais flexível que as artilharias não-aeroterrestres. Quando o 4669º Batalhão de Artilharia Pára-quedista de Campanha pousou, fê-lo na zona de salto certa, mas infelizmente separou-se do restante da sua equipe regimental de combate. Como o 464°, o batalhão também estava equipado com obuseiros de 75 mm, mas antes que pudessem pôr seus canhões em ação, os artilheiros tiveram de abrir caminho, lutando, até o local onde as armas estavam, pois a zona de salto era vigorosamente defendida pêlos alemães. Somente 30 minutos depois é que os artilheiros conseguiram disparar o primeiro dos seus obuseiros, abrindo fogo direto contra os defensores alemães. Mais tarde, ainda naquele dia, o batalhão chegou às suas posições de disparo e passou a agir como lhe estava destinado, dando apoio de artilharia à infantaria. Durante a luta do dia, os artilheiros haviam morto 50 alemães, feito 300 prisioneiros e capturado oito canhões antiaéreos e 10 peças de artilharia de 76 mm. A ação que o 466° Batalhão de Artilharia Pára-quedista de Campanha travou em sua zona de salto teve o privilégio da presença de dois generais americanos, que saltaram para ganhar experiência em operação aeroterrestre. Como não há lugar para passageiros em ataques aeroterrestres, os dois generais se viram forçados a funcionar. Organizaram então uma força integrada por elementos das mais variadas especializações, inclusive pilotos de planadores americanos e britânicos, dirigindo-a contra uma bateria de canhões de 20 mm que estava varrendo a área.
Pára-quedistas canadense. Ele usa uma túnica camuflada Denison. Os britânicos não usaram uniformes camuflados até 1942, quando adotaram a túnica camuflada Denison para os seus pára-quedistas. Porém a principio a Denison foi projetada para ser usada pelos homens do Special Operations Executive (SOE), que era responsável em treinar e coordenar operações de resistência nos paises ocupados pelos nazistas. O corte se assemelhava as peças de roupas normais de um trabalhador francês, e suas cores marrom não eram permanentes, podendo ser facialmente retiradas com uma lavagem, de modo que o pessoal do SOE podia se fundir com a população local, durante as suas fugas. Um segundo modelo da Denison foi projetada para as tropas pára-quedistas, Commandos e até o SAS também usou esta túnica. Esse modelo tinha cores permanentes, e foi adotado para substituir um traje pára-quedista que imitava o modelo alemão Knochensack ('sacola de osso'). A Denison continuou em serviço nas forças britânicas até o inicio dos anos 1980

Os percalços que alguns elementos da 17° Divisão Aeroterrestre americana tiveram de enfrentar após haverem deixado os planadores em que foram levados dizem bem o que foi a luta nas primeiras horas da "Operação Varsity". O 194° Regimento de Planadores, a ela pertencente, desceu em zona ocupada por baterias alemãs, que de pronto procuraram contestar a posse da área. Reunindo-se. no entanto, os seus efetivos num grupo compacto, o 194° pôde, com o fogo de apoio que lhe deu o 681° Batalhão de Artilharia de Campanha, também aerotransportado, tomar posse dos objetivos que lhe foram distribuídos. As duas unidades, ao se aproximarem da área, haviam sido submetidas a forte ataque da artilharia antiaérea alemã, ataque que se intensificou quando os planadores se soltaram e desceram. O 681° fez todo o trabalho de retirada das peças de artilharia do interior dos planadores com louvável rapidez - para o que teria contribuído o fogo disparado pêlos alemães, sem dúvida - colocando seus canhões 105 mm em ação, atirando contra os defensores quase á queima-roupa.No final de um árduo dia de luta. a infantaria e os artilheiros dessas duas unidas haviam feito 1.100 prisioneiros e captura impressionante quantidade de material bélico alemão, dos mais variados tipos e calibres.
A sorte que a 6ª Divisão Aeroterrestre teve de enfrentar pode ser ilustrada pelas ações em que se envolveram algumas de suas unidades. A 3ª Brigada de Pára-quedistas, comandada pelo Brigadeiro Hill. foi a primeira a saltar. Os aviões que a transpor lavam vinham sendo alvo de fogo intenso durante a aproximação e os pára-quedista alinhados para o salto, sentiam-nos sacudir fortemente ao explodirem próximo as numerosas granadas antiaéreas. Ela tocou o solo cerca de nove minutos antes da hora prevista, em área onde era muito ativa a defesa.
O 8° Batalhão e o 1º Batalhão canadense, que a integravam, sofreram muitas baixas, entre as quais figurava o comandante deste, o Tenente-Coronel J. S. Nicklin, que teve a má sorte de, ao descer, ficar pendurado pelo pára-quedas numa das árvores do chamado "Bosque do Suicídio", onde foi metralhado. O comandante do 8° Batalhão foi ferido, mas, após intensa luta, o batalhão limpou a zona de salto e permaneceu ali, na reserva, enquanto os 9° e 1° Batalhões canadenses buscavam seus objetivos.
A 5ª Brigada de Pára-quedistas, comandada pelo Brigadeiro J. H. N. Poett. podia ver os pára-quedas dos integrantes da 3ª Brigada, abandonados nas zonas de salto, enquanto fazia a aproximação para saltar; os homens do 12° Batalhão dessa brigada logo entraram em ação, pois caíram no meio de uma unidade antiaérea alemã e não demoraram a capturar quatro dos respeitadíssimos canhões alemães de 88 mm.
Quando o 13° Batalhão, que também saltara sob fogo intenso, se juntou a eles, partiram para seus objetivos; os dois batalhões britânicos levaram também homens do 513º Regimento americano que saltaram longe do ponto em que deviam descer.
A seguir, veio a 6ª Brigada de Desembarque Aéreo da 6ª Divisão Aeroterrestre britânica, comandada pelo Brigadeiro R. H. Bellamy. A brigada foi também recepcionada por forte fogo antiaéreo, mas, uma vez soltos, seus planadores se dirigiram para as quatro zonas de pouso que lhe estavam destinadas. em campos perto do Issel, na vizinhança de Hamminkein.
Os pousos dos planadores foram relativamente precisos, mas muitos dos Horsas se chocaram contra cercas e outros obstáculos por não poderem parar no momento oportuno. Fogo de artilharia começou a cair sobre os frágeis aviões de madeira, reduzindo-os a pedaços e causando baixas no seio da tropa, que de imediato entrou em ação, pois havia pousado muito perto das posições alemãs, sendo logo atacados por metralhadoras pesadas e armas portáteis. A situação foi no entanto aliviada pela aproximação de pára-quedistas que se encontravam nas vizinhanças e que correram a ajudar a aliviar a pressão.
Os soldados americanos da 17ª Divisão Aeroterrestre americana, que haviam saltado nessa área erroneamente, ajudaram a montar um ataque contra algumas baterias de 88 mm alemãs, impedindo que essas armas formidáveis participassem da luta. A brigada, depois, avançou em direção às pontes sobre o Issel que lhe cabia atacar, as quais foram todas capturadas por volta das 11 h. A aldeia de Hamminkeln também caiu.
Assim, pelo anoitecer, as duas divisões aeroterrestres haviam tomado todos os seus objetivos, com exceção das elevações situadas a nordeste de Diersfordt, que mais tarde foram conquistadas num ataque noturno desencadeado pelo 2º Batalhão do 513º Regimento de Infantaria Pára-quedista americano.
A tropa aerotransportada também conseguiu estabelecer contato com os soldados que haviam atacado através do Reno e avançavam para leste. Ao escurecer, a cabeça-de-ponte estava, em média, com 5.000 m de profundidade por toda a frente.
A "Operação Varsity" fora um sucesso, embora as baixas tivessem sido grandes, por exemplo, as perdas sofridas pela Brigada de Desembarque Aéreo ficaram entre 25 e 30 por cento.
Pára-quedistas americanos durante a Operação Varsity.
Avanço para o Reno no setor britânico
Mapa
da Operação Varsity

17ª Divisão Aerotransportada
O lema da 17ª Divisão Aerotransportada era "TROVÃO DE CÉU". Ela foi ativada em 15 1de abril de 1943 e foi desativada em 16 de setembro de 1945, tendo participado de 65 dias de combate na Batalha das Ardenas e da Operação Varsity, as duas principais batalhas do fim da guerra na Europa.
Capitão pára-quedista do 517º PIR da 17ª divisão, na Alemanha em 1945. Ele está armado com uma pistola Colt M1911A1 e usa um rádio SCR536.
A Divisão sofreu 6.292 baixas, o que representa 65 baixas por dia de combate que é dobro das taxas de baixas sofridas pelas outras divisões aerotransportadas que estavam em combate por períodos mais longos.
Seu comandante era o Major General William M. Miley, um pára-quedista pioneiro que assumiu o comando da 17ª de sua ativação até sua desmobilização.
A 17ª saiu dos EUA em 17 de agosto de 1944, chegando na Inglaterra em 26 de agosto de e entrou em combate no dia de Natal de 1944, no que foi considerado o inverno mais severo do Continente europeu.
A
s tropas aerotransportadas levemente armadas foram lançadas contra unidades Panzers e lutam com grande valor e obtiveram sucesso mesmo sob condições extremas de neve, gelo, nevoa, ventos gelados, com pouco informações da inteligência, nenhuma cobertura aérea e apoio de artilharia insuficiente.
Os homens da 17ª Aerotransportada foram condecorados com quatro Medalhas de Honra do Congresso, mais que qualquer outra divisão aerotransportada durante a Segunda Guerra Mundial.
A 17ª Aerotransportada foi anexada ao 3° Exército do General Patton no seu ataque contra os Panzers alemães com o objetivo de socorrer os soldados das 101ª Aerotransportada sitiados em Bastogne.
A 17ª Aerotransportada participou em 24 de março de 1945 da Operação Varsity, que era uma operação coordenada pelo 1º Exército Aerotransportado, a 17ª Aerotransportado saltou ao lado da 6ª Divisão Aerotransportada britânica, com uma força de cerca de 17.000 homens, com o objetivo de cruzar o Rio Reno.
Os alemães tinham cerca de 85.000 homens, incluindo tropas de pára-quedistas e SS, para defenderem as zonas de aterrizagem. A operação foi um sucesso apesar das duras baixas. As tropas aerotransportadas ajudaram a cercar a região do Ruhr, o que acelerou o fim da guerra na Europa, o que veio acontecer em 8 de maio de 1945.
A 17ª Aerotransportada foi desmobilizada em muitos de seus integrantes foram para a 82ª Aerotransportado, que recebeu a missão de ocupar Berlim e alguns outros foram para a 101ª Aerotransportada que foi destacada para a área do Pacifico para participar da invasão do Japão.

Locust - Tanque leve Aerotransportado
O M22 Locust (Gafanhoto) foi desenvolvido pelo U.S. Ordinance Department para formular um conceito de desígnio de um tanque leve que ajudaria unidades aerotransportadas durante as fases críticas da missão e seriam suficientemente leves em peso para serem transportados por meios aerotransportados.
O tanque leve apoiaria a infantaria aerotransportada até que reforços da força principal chegassem. A produção do Gafanhoto começou em abril de 1943 e terminou em fevereiro de 1944 com uma produção total de 830 tanques. Destes, 260 enviados aos britânicos.
Um M22 saindo de um grande planador Hamilcar
Porém, durante a produção surgiram vários problemas de engenharia. Eles envolviam principalmente o peso excessivo e o desempenho pobre do Gafanhoto. Testes mostraram que os americanos não tinham no momento aeronaves capazes de transportá-los.
Colocar o corpo do tanque debaixo de um C-54 e a sua torre dentro do avião provou ser incômodo e consumir muito tempo na montagem após o desembarque. Por causa da falta de um sistema de transporte aérea adequado e do desempenho fraco do tanque, os americanos ficaram pouco menos entusiasmados para realizar qualquer desenvolvimento adicional.
Porém, os britânicos ainda estavam interessados no veículo e foram entregues mais 260 tanques que estavam sendo utilizados por treinar tropas americanas nos EUA.
Os britânicos era mais ativos que os EUA no desenvolvimento de tanques aerotransportados, tendo projetos próprios como o Tetrarch, Alexto e Hopkins. Os britânicos equiparam o M22 com armas de 37mm com um adaptador que reduziu o projétil de 37mm para 30mm .
Foram usados doze M22 na operação Varsity, transportados por planadores gigantes Hamilcar. Os britânicos usaram durante esta operação cerca de 50 Hamilcar grandes que entregaram tanques aerotransportados e outros equipamentos para o 6º Regimento de Reconhecimento Blindado Aerotransportado, do Real Corpo Blindado, das forças britânicas. A um tanque Locust foi creditado a morte de mais de 100 soldados inimigos.
Especificação
Tripulação: 4
Potência motor: 192 hp
Peso: 7,400 kg
Velocidade Máxima (estrada): 58 km/h
Comprimento: 3.96 m.
Largura: 2.25 m.
Altura: 1.84 m.
Raio de alcance: 177 km.
Arma principal: 1 arma de 30 mm.
Arma secundária: 1 metralhadora de .30 pol
Blindagem: de 10 mm a 25 mm.

PLANADORES ALIADOS - 2ª GUERRA MUNDIAL
Waco CG4A "Hadrian"Tripulação: Piloto e Co-piloto.

DimensõesWing-span: 25.48 m
Wing Area: 79.15 m

FuselagemComprimento: 48 ft (14.63 m)
Altura: 7.3 ft. (2.22 m)

Compartimento de cargaComprimento: 13.2 ft. (4.02 m)
Largura: 5.8 ft. (1.76 m)
Altura: 7.2 ft. (2.19 m)

PesoTotal com carga: 7.500 lbs. (3,402 kg)
Vazio: 3,440 lbs. (1,560 kg)
Carga: 4,060 lbs. (1,841 kg)

Carga1 - Jeep com radio, radio-operator
e outro soldado; ou 1 obuseiro M3A1 de 75mm mais guarnição de três homens; ou 13 soldados equipados.
Rebocador
C-47 Dakota.
Airspeed "Horsa" Mk. IITripulação: Piloto e 2º Piloto

DimensõesWing-span: 88 ft. (26.82 m)
Wing Area: 1,104 sq. ft. (102.56 sq. m)

FuselagemComprimento: 68 ft. (20.72 m)
Altura: 20.3 ft. (6.18 m)

Compartimento de cargaComprimento: 34 ft. (10.36 m)
Largura: 7.5 ft. (2.28 m)
Altura: 10.5 ft. (3.2 m)

PesoTotal com carga: 15,750 lbs. (7,144 kg)
Vazio: 8,370 lbs. (3,796 kg)
Carga: 7,380 lbs. (3,347 kg)

Carga2 - Jeeps; ou 1 - Jeep, 1 canhão anti-tanque de 6 libras, mais munição e guarnição; ou 28 soldados equipados.
Rebocador
Albemarle, Halifax ou C-47 Dakota.
GAL "Hamilcar"Tripulação: Piloto e 2º Piloto

Dimensões
Wing-span: 110 ft. (33.53 m)
Wing Area: 1,657 sq. ft. (153.93 sq. m)

FuselagemComprimento: 68.5 ft. (20.87 m)
Altura: 20.3 ft. (6.18 m)

Compartimento de cargaComprimento: 25.5 ft. (7.77 m)
Largura: 8 ft. (2.4 m)
Altura: 7.5 ft. (2.28 m)

PesoTotal com carga:: 36,000 lbs. (16,329 kg)
Vazio: 18,000 lbs. (8,164 kg)
Carga: 17,500 lbs. (7,938 kg)

Carga1 - TanqueTetrarch Mk. IV; ou 1 - Tanque Locust Tank; ou 2 – Carros de reconhecimento; ou 40 soldados equipados.

Rebocador
Halifax, Lancaster ou Stirling.

Fonte:http://www.tropasdeelite.cjb.net/

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