LINCOLN GORDON VISITA MACAPÁ
LINCOLN GORDON VISITA MACAPÁ
LINCOLN GORDON VISITA MACAPÁ
Na manhã do dia 28 de setembro de 1964, desembarcava no aeroporto internacional de Macapá uma comitiva liderada pelo embaixador norte-americano no Brasil Prof. Lincoln Gordon.O grupo de ilustres visitantes foi recepcionado pelo general Luiz Mendes da Silva, o primeiro governador do Território Federal do Amapá após a revolução militar ocorrida a 31 de março do ano supra mencionado. O general Luiz Mendes estava acompanhado de sua esposa Inah Silva e por assessores mais diretos do 1º escalão governamental, entre os quais, o economista Roberto Rocha Souza, cujo cargo de Secretário Geral equivalia ao de vice-governador. A comitiva visitante estava assim constituída: Abraham Lincoln Gordon e sua esposa Allison Wright Gordon; Alfred L. Ranbone (adido mineralógico); Jack Wyant (Serviço Informativo e Cultural); Edmundo Wagner (Aliança Para o Progresso); Robert W. Dean, principal “officer” em Brasília e esposa; e os senhores Human Bloom e Vicent Rotundo do consulado americano em Belém. Também marcaram presença o embaixador brasileiro em Washington, Walther Moreira Salles e o Diretor Geral dos Diários Associados, Jornalista e Deputado Federal João de Medeiros Calmon Nascimento. Entre as autoridades que recepcionaram os visitantes estavam o engenheiro Osvaldo Senra Pessoa, Gerente da Indústria e Comércio de Minérios S.A. e o embaixador Edmundo Barbosa da Silva, que viera ao Amapá conhecer as atividades do Instituto Regional de Desenvolvimento do Amapá-IRDA, instituição que integrava as ações da citada mineradora. A Guarda Territorial, sob o comando do tenente Uadih Charone prestou honras de estilo.
O resto do dia foi preenchido com visitas a Fortaleza São José, Escola Doméstica, Fazendinha e o Marco-Zero do Equador. À noite, na residência governamental foi servido um jantar oferecido pelo governador e esposa. Dia 29/9, realizava-se uma importante reunião no Salão de Recreio da Piscina Territorial, então situado por trás do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em área que hoje abriga uma quadra esportiva e o prédio do Centro de Processamento de Dados. O evento discutiu os problemas amapaenses e teve a participação de membros do governo territorial, representantes das classes conservadoras, estudantes, autoridades civis, militares, eclesiásticas, de populares e dos ilustres visitantes. O ato foi iniciado com a apresentação de um coro feminino composto por 300 vozes, dirigido pelo Padre Jorge Basile. Após a reunião a comitiva visitou a Escola Industrial de Macapá e outras unidades escolares edificadas no centro da cidade. O almoço foi servido no Recreio Amazonas, na área do CCH, onde residia o pessoal do Staff da ICOMI,em Vila Amazonas.
Terminado o ágape, o Dr. Augusto Antunes levou visitantes e convidados a percorrerem a vila Amazonas e a área do porto, explicando-lhes minuciosamente seu funcionamento. Por volta das 15 horas ocorreu a viagem da comitiva a Serra do Navio, onde seus integrantes visitaram a mina de manganês, o beneficiamento e o embarque do minério nos vagões da Estrada de Ferro do Amapá. Todos ficaram impressionados com as instalações sociais, escolas, hospital, supermercado e residência de operários. No dia 1º de outubro, o Prof. Lincoln Gordon e seus acompanhantes regressaram ao Rio de Janeiro, depois de uma permanência de quatro dias no Amapá. Lincoln Gordon, que era professor de economia, esteve no Brasil entre 1961 e 1966, como embaixador dos Estados Unidos.
Notabilizou-se em 1960, ao ajudar a desenvolver a “Aliança Para o Progresso”, um programa estadunidense de assistência América Latina. Sua ação nos bastidores da política nacional foi fundamental em termos de apoio as articulações da oposição ao presidente João Goulart. Em 1962, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, Gordon e o presidente John Kennedy discutiram o gasto de 8 milhões de dólares para intervir nas eleições brasileiras e preparar o terreno para um golpe militar contra Jango Goulart e mantê-lo fora do Brasil devido sua tendência socialista.
Lincoln Gordon montou um esquema de dotações financeiras aos candidatos da oposição, usando como intermediários empresários e entidades. Em março de 1963, o governo americano impôs ao Brasil, condições vexatórias para conceder-lhe financiamento de 84 milhões de dólares e mais 314,5 milhões para o ano fiscal de 1964. Lincoln Gordon acompanhou de perto a conspiração de militares, políticos e empresários contra o presidente João Goulart. Nesta fase que antecedeu o golpe militar, o general Luiz Mendes da Silva,que exercia suas atividades sob o comando do general Humberto de Alencar Castelo Branco conviveu intensamente com o embaixador norte-americano e se tornou seu amigo.
Lincoln Gordon montou um esquema de dotações financeiras aos candidatos da oposição, usando como intermediários empresários e entidades. Em março de 1963, o governo americano impôs ao Brasil, condições vexatórias para conceder-lhe financiamento de 84 milhões de dólares e mais 314,5 milhões para o ano fiscal de 1964. Lincoln Gordon acompanhou de perto a conspiração de militares, políticos e empresários contra o presidente João Goulart. Nesta fase que antecedeu o golpe militar, o general Luiz Mendes da Silva,que exercia suas atividades sob o comando do general Humberto de Alencar Castelo Branco conviveu intensamente com o embaixador norte-americano e se tornou seu amigo.
Com a eclosão da revolução e a indicação de Castelo Branco para ocupar o cargo de presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, Luiz Mendes foi nomeado governador do Território Federal do Amapá. Partiu dele o convite para Lincoln Gordon vir a Macapá. O Professor Lincoln Gordon chegou ao ponto de solicitar que o governo americano desse ao general Humberto de Alencar Castelo Branco apoio logístico e até militar se necessário, para afastar do cargo de presidente do Brasil o senhor João Goulart. Se os militares que apoiavam Jango Goulart tivessem resistido ao golpe, o Brasil seria invadido pela poderosa "Frota do Caribe" que se encontrava em águas brasileiras próxima ao Rio de Janeiro. A frota dispunha de 100 toneladas de armas leves e munições, navios petroleiros com capacidade para 130 mil barris de combustíveis, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com a carga de 50 aparelhos com tripulação e armamento completo, um porta-aviões classe Forrestal,seis destroieres, um encouraçado, além de um navio de transporte de tropas, e 25 aviões C 135 para transporte bélico. O deputado federal João de Medeiros Calmon Nascimento, que era ferrenho opositor de João Goulart, não poderia ficar fora do reencontro de alguns dos articuladores do golpe que implantou um regime de exceção no Brasil.
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