A batalha de Moscou enterrou a ideia de Blitzkrieg
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Hitler esperava ocupar Moscou dois, três meses depois do ataque à
União Soviética. Depois dos primeiros êxitos do exército alemão, ele exigiu do
comando “tomar Moscou em 15 de agosto e terminar a guerra com a URSS em 1º de
outubro”. Entretanto, tendo recuperado do golpe traiçoeiro, as tropas soviéticas
passaram a ações mais ativas contra o inimigo. As encarniçadas batalhas por
Smolensk, Leningrado, Kiev, atrapalharam a realização dos planos hitleristas. A
Operação Tufão, cujo objetivo era a tomada da capital da URSS, começou
somente em 30 de setembro.
As tropas fascistas avançaram sobre Moscou durante dois meses.
Eles chegaram do noroeste e sudoeste, mas permaneceram a 40-45 quilómetros da
capital. Hitler estava tão certo do término bem sucedido e em breve da operação,
que deslocou parte da aviação para o Mar Mediterrâneo, para ajudar
Mussolini.
Mas em 5 de dezembro as tropas soviéticas passaram à
contra-ofensiva. “Não há para onde recuar – atrás está Moscou”, com este
pensamento os soldados iam ao combate e lutavam até a morte. Os alemães
estremeceram e começaram a recuar. A vitória da URSS na batalha por Moscou foi
um momento de virada na Segunda Guerra Mundial – considera o dirigente
científico do Centro de História das Guerras e Geopolítica, Oleg Rjechevski:
“A batalha de Moscou foi o início da chamada virada radical na
guerra. É que a derrota das tropas fascistas alemãs nos arredores de Moscou
significou o fracasso da guerra-relâmpago contra a União Soviética. Se nós
abrirmos documentos alemães, veremos que a operação, segundo o plano
Barbarossa deveria terminar em 5 meses. Por isso a derrota das tropas
alemãs nos arredores de Moscou significou que a Alemanha perdeu o plano
Barbarossa, e tinha pela frente uma guerra longa e ainda para mais, no
inverno, para a qual ela não estava preparada.
Em um mês, o Exército Vermelho já tinha expulso as tropas alemãs
a 100-250 quilómetros da capital soviética. Foram totalmente libertadas dos
invasores nazistas as regiões de Moscou e Tula, as grandes cidades de Kalinin
(atualmente Tver) e Kaluga. Os inimigos trocaram de papéis: o Exército Vermelho
desenvolveu uma ofensiva geral, e os alemães recuaram. O mais importante,
talvez, foi que ,os soviéticos acreditaram na própria possibilidade de expulsar
o inimigo de sua terra – assinala o historiador Andrei Sakharov:
“A direção alemã, naquele momento, ainda não tinha consciência de
que praticamente ocorrera uma viragem na guerra. Apesar de terem sofrido uma
derrota, perdido muitos homens e equipamentos, o poderio de seu exército era
ainda extremamente grande. Isto foi mostrado pelas batalhas posteriores, pela
invasão no sul, no Volga. Entretanto a derrota moral teve grande significado: os
alemães, desde o início da Segunda Guerra Mundial, nunca tinham encontrado
resistência tão tenaz e, o que é mais importante, bem-sucedida.”
A batalha nos arredores de Moscou em 1941-42 entrou na história da
Segunda Guerra Mundial como uma das maiores e mais sangrentas. As batalhas
ocorreram num território de quase 1000 quilómetros na frente e 400 quilômetros
em profundidade, o que, em área, se equipara à Inglaterra, Irlanda, Islândia,
Bélgica e Holanda somadas. Os combates duraram mais de 200 dias e neles
participaram, de ambas as partes, mais de 7 milhões de soldados, dos quais um
milhão e meio ficou para sempre nos campos de batalha.
fonte:http://portuguese.ruvr.ru/2012_12_04/A-batalha-de-Moscou-enterrou-a-ideia-de-Blitzkrieg/
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