sexta-feira, 24 de agosto de 2012

BRITISH COMMANDOS

Destinados à realização missões de alto risco, em que possibilidade de baixas eram considerável, mas se o sucesso fosse obtido, o inimigo sofreria sérias perdas, os membros dos Commandos incomodaram a tal ponto Hitler com seus ataques e incursões, que o ditador nazista decretou uma ordem em 18 de outubro de 1942, conhecida como Commando Order ou ‘Kommandobefehl’, ordenando que todos membros dos Commandos ou participantes de operações irregulares (SAS, OSS, SOE), capturados, mesmo uniformizados, fossem tratados como sabotadores, entregues a SD (Policia nazista), transportados para um campo de concentração e imediatamente fuzilados, sem direito a julgamento.
A ordem foi expedida porque na noite de 3/4 outubro de 1942, dez homens do SOE, do Small Scale Raiding Force-SSRF e do Commando 12 (anexado) fizeram um assalto de reconhecimento ofensivo na ilha de Sark, a Operação Basalt. A força era comandada pelo major Geoffrey Appleyard e o major Anders Lassen, também fazia parte da mesma.
Como linha de procedimento padrão foi requerida a aquisição de prisioneiros. Nove Comandos arrombaram uma casa enquanto o décimo homem foi ao encontro coberto de um agente do SOE. A dona da casa, Frances Pittard, passou várias informações e disse que havia aproximadamente 20 alemães no Hotel Dixcart, ali perto. Ela inclusive recusou uma oferta para ser levada a Inglaterra.

Na frente do hotel havia um prédio aparentemente desprotegido. Este anexo tinha um corredor e cinco quartos em que havia cinco alemão dormindo, mas nenhum oficla entre eles. Os homens foram despertados e foram levados para fora. Os Comandos decidiram ir para o hotel e capturar mais inimigos. Para minimizar o número de guardas, os Comandos amarraram as mãos dos prisioneiros.

Enquanto eram amarrados, um dos alemães começou a gritar para alertar os companheiros que estavam no hotel. O homem que deu o alarme foi morto imediatamente com um tiro de revólver .38. Os homens que estavam no hotel, agora alertados, abriram fogo, e os Comandos decidiram voltar para a praia, levando os seus quatro prisioneiros. No caminho para a praia, três prisioneiros tentaram fugir e foram mortos. Se estavam com as mãos amarradas não se sabe. O quarto foi levado seguramente para a Inglaterra e foi uma verdadeira mina de informação. Os Comandos também evacuaram um agente do SOE. Em conseqüência a tudo foi expedida a
Kommandobefehl que vitimou milhares de vidas. Os alemães alegaram falsamente que os Comandos britânicos tinham ordens de matar os prisioneiros. Mas isto não era verdade; os homens operando em Sark agiram conforme eles acharam apropriado a situação. Algum tempo depois Appleyard e Lassen foram enviados ao Mediterrâneo. Appleyard juntou-se ao novo SAS 2 e Lassen ao SBS. Nenhum dos dois sobreviveram a guerra.
O Castelo Achnacarry

O Coronel Charles Voughan comandante do Centro de Treinamento Básico dos Commandos passa em revista Commandos dos Franceses Livres
No começo da história dos Commandos os oficiais de cada unidade eram responsáveis pelo recrutamento e treinamento de seus homens. Desta forma não existia uma padronização no treinamento dos soldados. Muitos oficiais, NCO e instrutores de recrutas inicialmente assistiram vários cursos no Centro Especial de Treinamento em Lochailort, na Escócia. Também nas Montanhas Escocesas, Operações Combinadas estabelecera um centro de treinamento anfíbio em Inveraray. Desta forma o treinamento dos Commandos era muito disperso.
Este procedimento continuo até dezembro de 1942, quando o QG da Operações Combinadas estabeleceu o Castelo Achnacarry, Escócia, como o Centro de Treinamento Básico dos Commandos. Antes disso muitos comandos foram treinados no Centro de Treinamento Especial em Lochailort, também na Escócia. O centro seria comandado até o final de guerra pelo Coronel Charles Voughan, ex-vice-comandante do Comando 4 e que tinha 28 anos de serviço nos Coldstream Guards.
O voluntário chegava ao castelo pela estrada de ferro, desembarcando na estação de Spean Bridge. De lá ele tinha que caminhar cerca de 16 km, quase sempre debaixo de chuva, passando por Lochy e atravessando as montanhas. No Castelo Achnacarry os Commandos treinavam sobrevivência, navegação, combate aproximado, combate noturno, combate corpo-a-corpo (inclusive com os famosos punhais Fairbairn Sykes), comunicações, montanhismo, explosivos, sabotagem, armamentos (inclusive inimigo), operação com veículos e assaltos anfíbios. Grandes acampamentos de barracas militares foram construídos nas propriedades do Castelo Achnacarry. Em algumas ocasiões os recrutas usavam o próprio castelo para treinar escalada.
A aptidão física não eram desprezada, e muita ginástica e corridas com material completo eram realizadas. Em vários treinamentos se usava munição real, que era disparada pelos instrutores. Os recrutas tinham que rastejar sob arame farpado, atravessar rios de forte correnteza e escalar penhascos, enquanto ao seu lado os instrutores disparavam explosivos e davam tiros para simular as condições de uma combate. O último grande teste dos recrutas eram 36 horas ininterruptas de combate que envolviam um ataque noturno.
Nos três anos em que funcionou o centro houveram apenas 40 baixas fatais. Este número diante do grande volume de homens que passaram pelo Castelo Achnacarry demonstrar o profissionalismo dos instrutores e as normas de segurança ali aplicadas. Em Achnacarry foram treinados cerca de 25.000 homens, muitos deles americanos (Rangers), franceses, belgas, noruegueses, poloneses, alemães (judeus) e holandeses.
A principio o treinamento durava três meses, mas depois foi reduzido para cinco semanas. A região onde o castelo estava localizada tinha muitos rios, florestas e montanhas e o clima era sempre úmido e chovia demais. O que era excelente para forma os novos guerreiros. Na terras próximas ao castelo eram montados grandes acampamentos de barracas para acomodar os recrutas. Entre os exercícios mais criativos estava o "Curso Tarzan", que consistia de passar de uma árvores para outra, numa distância de 10m, através de uma corda suspensas a 12m de altura. O recruta tinha que uma perna suspensa, manter o equilíbrio, e a outra em torna da corda. Os recrutas também carregavam uma corda da grossura de um polegar e de 1m de comprimento. Com ela, os recrutas improvisavam pontes fluviais. Para se construir um metro de ponte, utilizavam 3 metros de cordas: dois pedaços como apoios para as mãos e o terceiro para servir de "piso" da ponte em forma de "V".

Os Commandos treinavam exaustivamente os desembarques anfíbios, que eram no começo a sua principal forma de infiltração. Aqui eles desembarcam de uma barcaça LCA que podia transportar 35 homens armados.
O desenvolvimento da iniciativa individual e coletiva representava uma preocupação constante, que era estimulada por todos os meios. As vezes já em sua nova unidade, os comandos recebiam dos seus superiores uma lista de equipamentos que deviam obter em uma tarde. Eram sempre peças do equipamento, cuidadosamente guardados em outras unidades. Havia também as viagens de centenas de quilômetros. Nessas viagens os comandos recebiam bem pouco dinheiro e uma autorização para circular (guardada num envelope lacrado que devia ser só exibida em último caso). O método mais comum era viajar clandestinamente de trem, passando de um vagão para outro. Certa vez, um soldado se superou. Ele convenceu o pessoal de uma base da RAF que era o portador de informações importantes e foi transportado de avião até seu destino.
Os homens que não alcançavam os índices exigidos recebiam a temida RTU (Returned To Units - Retorno para a unidade de origem). Os que completavam o treinamento recebiam a tão esperada boina verde. Colunas de Commandos recém-formados, com suas boinas verdes, marchavam em direção a ponte Spean, deixando Achnacarry para trás, e tendo pela frente muitas aventuras pelo mundo.

Fonte:http://www.tropasdeelite.cjb.net/

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